Polícias municipais em greve na quarta-feira para reivindicar aumentos

De acordo com o sindicato, os agentes sentem-se “desrespeitados e menosprezados”.

Os polícias municipais vão realizar na quarta-feira uma greve de 24 horas para exigir a regulamentação da carreira e aumentos salariais, disse à Lusa o presidente do sindicato do setor. Além da paralisação, os agentes vão concentrar-se, em protesto, junto à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, segundo explicou o presidente do Sindicato Nacional das Polícias Municipais (SNPM), Pedro Oliveira.

De acordo com o responsável, está prevista uma adesão de cerca de 90% e com a participação em Lisboa de cerca de 500 agentes. “Temos cinco autocarros cheios”, acrescentou. 

De acordo com o sindicalista, os agentes sentem-se “desrespeitados e menosprezados”, uma vez que “a sua carreira profissional não está a ser valorizada”. E acrescentou: “A carreira dos polícias municipais no regime geral está por regulamentar desde 2009. Estamos há 13 anos a aguardar pela regulamentação. Nasceu com salários muito parcos, as progressões são lentas e as alterações de escalão muito baixas”.

O presidente do SNPM acusou ainda os diferentes Governos de se “esquecerem” destes agentes, ao contrário do que acontece com outros grupos profissionais. “O nosso salário no início da carreira era o equiparado ao assistente técnico. Eles andaram a negociar a alteração dos índices do início das carreiras da administração pública. Os técnicos superiores foram aumentados e mais uma vez se esqueceram dos agentes da polícia municipal”, criticou.

Segundo o sindicalista, estes profissionais “estão a trabalhar com um salário que dista apenas sete euros do ordenado mínimo nacional”, lembrando que “é a polícia mais barata que existe. Não existe na Europa polícia que ganhe menos e que tenha menos respeito por parte da entidade patronal, administração pública. Isto em termos de inflação, agora, torna-se totalmente insuportável”, alertou.

E devido a estas condições, Pedro Oliveira estima que nos últimos tempos abandonaram esta profissão cerca de 400 agentes. “Neste momento temos pessoal para ir embora para outras carreiras e alguns para o privado. Estamos sempre a ser contactados para saber se há perspetivas de carreira, pois têm outras propostas”,  concluiu.