É preciso chover acima do normal em setembro e outubro para haver desagravamento da seca

Só assim existiria “desagravamento significativo” da seca, diz ao i responsável do IPMA. 

A chuva dos últimos dias já foi muito superior à das últimas semanas, mas para haver um alívio significativo da situação da seca a nível nacional a precipitação teria de ser acima do normal tanto em setembro como em outubro. O ponto de situação foi feito ao i por Ricardo Deus, chefe da divisão de Clima e Alterações Climáticas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera. O responsável pelo acompanhamento da situação de seca salienta que, até ao final de agosto, tinha chovido apenas metade do que é esperado num ano normal. “Em termos médios poderemos afirmar que teria que ocorrer precipitação, durante o mês de setembro e outubro correspondente ao decil 8, isto é, valores da quantidade de precipitação superiores ao normal e que ocorrem em 20% dos anos (em setembro +/- 150 mm e 175 mm em outubro). Nestas condições a seca teria um desagravamento significativo.” 

Falamos neste caso de valores médios de precipitação acumulada, o que varia regionalmente. Na segunda-feira, o primeiro dia deste episódio climatérico relacionado com a depressão Danielle, o distrito de Lisboa e também Portimão, no Algarve, registaram os maiores níveis e precipitação. Em Portimão registaram-se 37,7 mm de precipitação acumulada, em Almada 36,5 mm, na estação de Fóia (Faro) 33,9 mm e na Tapada da Ajuda 33,9. Já esta terça-feira os valores foram superiores – pelas 9h da manhã já havia em alguns casos mais 20 mm de precipitação acumulada, segundo a monitorização do IPMA.

No final de agosto, todo o país permanecia em situação de seca, com a maior parte do continente nas categorias mais gravosas:  60,4 % em seca severa e 39,6 % em seca extrema. O IPMA mantém para esta quarta-feira aviso amarelo nos distritos acima do Tejo, apontando para um desagravamento da situação meteorológica a partir de quinta-feira. Segundo as previsões, a chuva estará de regresso na próxima semana.