Portugal-Espanha. A caminho da Final Four

Portugal só precisa de um empate para estar na Final Four da Liga das Nações, prova que venceu na primeira edição. Os espanhóis ainda choram a derrota contra a Suíça, mas prometem lutar pela vitória.

O saldo entre as duas seleções é manifestamente negativo para Portugal, que perdeu 17 vezes, empatou outras tantas, e ganhou apenas oito, mas a boa notícia é que a seleção de Fernando Santos não conhece o sabor da derrota com nuestros hermanos há uma década. E se um empate acontecer, os espanhóis são afastados da final a quatro da Liga das Nações.

A seleção portuguesa, que tem dois pontos de vantagem, chega moralizada com a vitória sobre a equipa checa, e logo por quatro a zero, tendo, na prática, jogado com menos um jogador, já que Ronaldo andou a ver navios depois de ter sofrido uma entrada muito dura do guardião espanhol.

E é o maior goleador da história de seleções o único sobrevivente – Pepe está lesionado – da equipa que perdeu frente à Espanha no Mundial de 2010, na África do Sul, nos oitavos-de-final, quando David Villa, aos 63 minutos, marcou o golo solitário que nos afastou da prova. Do lado espanhol também só resta um sobrevivente: Busquets.

Em Espanha ainda não pararam de limpar as lágrimas depois da seleção ter sido surpreendida em casa pela Suíça, que venceu por 1-2. Os jornais dão conta que os jogadores já se penitenciaram pela exibição, os lances foram dissecados até à exaustão, e as estatísticas dos passes falhados, do tempo de posse de bola e afins mereceram longas reflexões dos entendidos.  Luis Enrique, o treinador, bem pode inventar novas formas de comunicar com os jogadores – nos treinos usou walkie talkies – que vai ser difícil levantar a moral a uma equipa jovem, que está muito longe da que foi campeã da Europa e do Mundo. Mas já se sabe que os portugueses gostam de dificultar o que é fácil e simplificar o que é difícil.

Se Fernando Santos mantiver o guarda-redes Diogo Costa, é possível que a defesa se sinta segura, apesar da ausência de Pepe, substituído por Danilo, mas o treinador terá que decidir se mantém Diogo Dalot a defesa direito ou o coloca no lado contrário, mandando Mário Rui para o banco. Acontece que Dalot foi o melhor jogador em campo contra a República Checa, onde fez dois golos, e, teoricamente, não deverá ter como prémio o banco de suplentes.

Nesse caso, ou Dalot mantém a titularidade à direita, e João Cancelo, considerado por muitos o melhor do mundo no lugar, avança para a esquerda, lugar nada estranho para si, já que no Manchester City, apesar de ter o número sete na camisola, faz esse corredor muitas vezes.

Já no meio-campo a dúvida será se Fernando Santos, contra tudo e contra todos, mantém William Carvalho a titular e deixa a descansar Matheus Nunes, João Palhinha ou o mágico Vitinha, que tem feito exibições deslumbrantes ao serviço do Paris Saint-Germain. Não é crível que Bernardo Silva, o little Messi, Brono Fernandes e Rúben Neves percam a titularidade…

Na frente, Cristiano Ronaldo manterá, como sempre, a titularidade – seria engraçado saber quantos quilómetros correu o craque contra os checos. Para quem ‘bota’ sentenças de fora é normal optar por escolher os jogadores mais habilidosos, mas Fernando Santos tem dado provas que aposta tudo nos resultados, e, por essa razão, é possível que faça mudanças no onze inicial, até para que Portugal esteja presente na Final Four.

No lado espanhol confirma-se que Luis Enrique não morre de amores por Sergio Ramos e o veterano defesa do Paris Saint-Germain não entra nas contas do polémico e inovador treinador. Para bem de Portugal, também não faz parte dos eleitos o jovem de origem guineense Ansu Fati.