Japão pede firmeza à ONU após teste norte-coreano

Míssil balístico norte-coreano sobrevoou o território japonês pela primeira vez em cinco anos. 

Depois do lançamento de um míssil norte-coreano, na terça-feira, que viajou a cerca de 4500 quilómetros antes de cair nas águas do Oceano Pacífico, sobrevoando o Japão, este país do Pacífico alertou as Nações Unidas (ONU), a quem pediu “firmeza”.

“Acreditamos que a Coreia do Norte poderia realizar atos mais provocativos, como um teste nuclear”, afirmou o porta-voz do Governo japonês, Hirokazu Matsuno, numa conferência de imprensa, onde considerou também que o recente aumento de testes de armas norte-coreanas são “uma ameaça à paz e à segurança do Japão e da comunidade internacional”.

Como resposta ao lançamento do míssil que sobrevoou, principalmente, o Estreito de Tsugaru, que separa as ilhas de Hokkaido (norte) e Honshu, a maior ilha do país, o Japão diz ter reforçado a vigilância sobre Pyongyang.

Desde 2017 que a trajetória de um míssil norte-coreano não incluía uma parte do território japonês, e este facto não passou ao lado do Executivo japonês, que classifica como “uma ameaça grave e iminente” à sua segurança e como “um claro e grave desafio à comunidade internacional”.

“O Conselho de Segurança não está a agir diante dos recentes atos da Coreia do Norte, mas esperamos que possa desempenhar um papel real na manutenção da paz e da segurança da comunidade internacional”, disse Matsuno.

Este braço das Nações Unidas agendou uma reunião em resposta ao último teste da Coreia do Norte, mas a intervenção da ONU nos últimos tempos tem deixado os japoneses desapontados. O poder de veto da Rússia e da China, aliados da Coreia do Norte, acabou por impedir várias resoluções condenatórias ao regime de Kim Jong Un, especialmente desde o início da invasão russa da Ucrânia.

Os testes com mísseis balísticos por parte da Coreia do Norte não são novidade, tendo o país lançado mais de vinte mísseis só este ano. Os serviços de informação dos Estados Unidos e da Coreia do Sul acreditam, aliás, que o regime de Pyonyang estaria preparado, há meses, para realizar um novo teste nuclear, o sétimo de que há registo, e o primeiro desde 2017.