Greve da CP deixa Lisboa num caos

Entre sábado e a sexta-feira da próxima semana, está prevista a ‘realização da maioria dos serviços regulares’. Porém, ‘alguns comboios poderão ser suprimidos’.

Tribunal Arbitral decretou a realização de serviços mínimos para 9,10 e 11 de março, na greve que vai afetar a circulação de comboios da CP. Só haverá serviços mínimos em três dos dez dias de greve convocada pelos sindicatos representativos dos trabalhadores da CP, entre 9 a 18 de março, prevendo-se «especial impacto» hoje, apesar dos serviços mínimos decretados.

Em declarações à Lusa, António Domingues, do Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) explicou que «os profissionais decidiram convocar uma paralisação total no dia 10 de março, tendo o tribunal arbitral decretado 30% de serviços mínimos». Ainda assim, «haverá constrangimentos a 9 e 11 de março por força da greve do dia 10»,  havendo comboios suprimidos. Contudo, o impacto «será reduzido». Além disso, a decisão do tribunal arbitral prevê  alguns comboios de serviços mínimos nesses dias. Depois disso, e até ao dia 18 de março, os maquinistas não irão realizar serviços que durem mais de 7,30 horas, «o que não terá um impacto elevado, mas deverá originar algumas supressões», explicou o dirigente sindical. O tribunal arbitral decretou ainda serviços mínimos no que seja necessário à segurança e manutenção do equipamento e instalações, tal como de serviços de emergência e comboios de socorro.

Recorde-se que a greve do SMAQ mantém os objetivos das paralisações de Fevereiro: os maquinistas contestam os aumentos salariais propostos pela CP e questões específicas da sua categoria profissional, tais como condições de trabalho e o cumprimento do acordo de empresa.

 

Atrasos de pagamento

Na quinta-feira, os trabalhadores dos bares da CP anunciaram que  continuam à espera de solução, depois de a sociedade Apeadeiro 2020 não ter pagado os salários de fevereiro, apesar de terem estado presentes numa reunião na quarta-feira no ministério do Trabalho com as empresas e os sindicatos.

Segundo Francisco Figueiredo, da direção nacional da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht) a reunião «não resultou em nada». À Lusa o responsável recordou que a CP «tinha dito que iria trazer informação, mas não trouxe nada».