Decretado recolher obrigatório em zona do Quénia onde foram encontrados cadáveres

Na terça-feira, as autoridades quenianas elevaram para 90 o número de corpos encontrados nestas valas comuns, que jejuaram com o objetivo de “encontrar Jesus Cristo”.

Após terem sido encontradas valas comuns com pessoas que morreram depois de jejuarem sob a orientação do líder de uma seita cristã, o Governo do Quénia impôs, esta quarta-feira, um recolher obrigatório, que durará 30 dias, no terreno que está a ser investigado.

A medida estará em vigor no rancho Chakama, na aldeia de Shakahola, entre as 18h e as 06h locais, informou o ministro do Interior do Quénia, Kithure Kindiki, acrescentando que "durante o recolher obrigatório não devem realizar-se quaisquer reuniões públicas, procissões ou movimentos isolados ou em grupo".

Sublinhou que os únicos movimentos que serão permitidos são os que tiverem autorização escrita da polícia do condado de Kilifi, algo que se estende a reuniões em espaços públicos, como noticiou o jornal queniano 'The Standard'.

"A área é uma zona de operações de segurança ativa e o público não deve ter acesso a partir de hoje, 26 de abril de 2026, a menos que haja uma ordem do comandante ou até que tais ordens sejam revogadas", disse o ministro do Interior.

Na terça-feira, as autoridades quenianas elevaram para 90 o número de corpos encontrados nestas valas comuns, que jejuaram com o objetivo de "encontrar Jesus Cristo". O próprio Kindiki afirmou na terça-feira, durante uma visita à zona, que se trata de "um abuso dos direitos fundamentais da liberdade, com a alegada utilização da Bíblia para matar e causar um massacre".

"Aqueles que incitaram os outros a jejuar e a morrer estavam a comer e a beber e pretendiam prepará-los para se encontrarem com o seu criador", afirmou.