João Soares, um nome que reunia mais apoios no PS e não só e que tinha sido apontado para suceder a Edmundo Martinho na provedoria da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), reagiu com um «duplo sentimento» – de «satisfação» e de «tristeza» – à tomada de posse da nova provedora da instituição, Ana Jorge.
«Tomo nota com um duplo sentimento da escolha de Ana Mendes Godinho [ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social] para a Misericórdia de Lisboa», escreveu nas redes sociais, na quarta-feira, o antigo ministro da Cultura e ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Na publicação, que é acompanhada de uma fotografia da tomada de posse que decorreu na passada terça-feira, João Soares diz-se satisfeito «por saber que a Misericórdia fica em boas mãos», elogiando a «vasta experiência» de Ana Jorge como ministra da Saúde no Governo de José Sócrates, mas confessa a sua tristeza «por não ter sido o escolhido» para a provedoria da SCML.
«A ministra [Ana Mendes Godinho] e o primeiro-ministro sabiam bem que gostaria. E atrevo-me a cometer a imodéstia de achar que desempenharia bem a função, até por ter algum conhecimento de Lisboa», desabafou o ex-autarca socialista, terminando o texto com votos de «felicidades» à nova provedora, à ministra do Trabalho e ao Governo.
Tal como o Nascer do SOL noticiou em setembro do ano passado, quando se colocou a possibilidade de Edmundo Martinho abandonar o mandato de provedor antecipadamente, por razões de saúde, João Soares chegou a ser lançado como o nome mais consensual para o suceder, sendo que reunia apoios tanto no PS como na própria Santa Casa e mesmo além fronteiras socialistas.
Um movimento de históricos socialistas defendia a nomeação do antigo governante para o lugar de provedor da SCML, dada a sua grande compreensão perante as questões da solidariedade, administração pública e problemas sociais.
Um dos principais mentores do movimento foi Luís Parreirão, destacado socialista, para quem João Soares se notabilizou como presidente da Câmara de Lisboa. No leque de apoios a Soares, destacavam-se ainda a antiga ministra da Saúde Maria de Belém, bem como outras personalidades de vários setores da sociedade lisboeta e nacional, nomeadamente Manuela Eanes, ex-primeira dama e presidente do conselho de curadores da Fundação Manuel António da Mota, ou António Tavares, social-democrata e atual provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
Apesar de Soares ser claramente quem reunia mais apoios dentro e fora do PS, em março, tal como o Nascer do SOL escreveu, Ana Jorge, que até aqui esteve à frente da Cruz Vermelha Portuguesa, seria a escolha da ministra Ana Mendes Godinho, depois de esta ter assumido no Parlamento que ia nomear uma nova equipa de gestão para a SCML, instituição que está sob a sua tutela.