Casas: o sobe e desce dos preços

Ainda que a um ritmo mais estável, o preço das casas continua a subir tanto no mercado da venda como do arrendamento. Lisboa continua a ser a cidade mais cara mas há outras que mostram crescimentos.

Os preços das casas em Portugal continuam a mostrar aumentos e os mais recentes dados confirmam-no. Segundo o idealista, os preços das casas no país cresceram 1,2% no mês de abril quando comparado com o mês anterior. E detalha que comprar casa tinha um custo de 2 510 euros por metro quadrado no final do mês de abril deste ano, tendo em conta o valor mediano. Mas, fazendo as contas ao mês de abril do ano anterior, o aumento é de 6,9%. Comparando trimestralmente, o aumento é de 1,8%.

«É um cenário visível em quase todo o território português, já que as casas ficaram mais caras em 15 capitais de distrito, entre março e abril, com Vila Real a liderar as subidas (5,7%). Em Lisboa, os preços das casas subiram 1,8% e no Porto 1,7%», detalha o idealista.

A liderar esta lista estão no Top3 Vila Real (5,7%), Braga (3,6%) e Portalegre (3,2%). Seguem-se Évora (2,9%), Viseu (2,4%), Faro (2%), Funchal (2%), Lisboa (1,8%), Porto (1,7%), Viana do Castelo (1,5%), Guarda (1,4%), Beja (1,1%), Coimbra (1,1%), Aveiro (0,9%) e Setúbal (0,8%). Os preços mantiveram-se estáveis em Ponta Delgada (-0,2%).

A nível de descidas, o destaque vai para Santarém (-1,9%), Castelo Branco (-1,7%), Leiria (-0,9%) e Bragança (-0,6%).

Ainda assim, Lisboa continua a ser a cidade onde é mais caro comprar casa, fixando-se o valor nos 5 285 euros por metro quadrado. Porto (3 387 euros) e Funchal (2 897 euros) ocupam o segundo e terceiro lugares, respetivamente. Seguem-se Faro (2 686 euros), Aveiro (2 500 euros), Setúbal (2 265 euros), Évora (2 074 euros), Braga (1 778 euros), Coimbra (1 757 euros), Ponta Delgada (1 755 euros), Viana do Castelo (1 601 euros), Viseu (1 350 euros) e Leiria (1 308 euros). Já as cidades mais económicas são Portalegre (719 euros), Guarda (801 euros), Castelo Branco (830 euros), Bragança (873 euros), Beja (956 euros), Santarém (1 096 euros) e Vila Real (1 260 euros).

Os números não são muito diferentes dos divulgados também pelo barómetro do Imovirtual que revela que o preço médio de venda anunciado mostra uma estabilização em abril, em relação a março (+2,56%), fixando-se em 412 081 euros. Em comparação com o período homólogo do ano passado, que registava um valor médio de venda de 391 465 euros, há um aumento de +5,3%, com as casas a ficar cerca de 21 mil euros mais caras, revelam os dados.

 Os distritos com o maior aumento do preço médio de venda em abril, face a março, foram a Madeira e Castelo Branco (+4,2% em ambos), com os valores a fixarem-se em 519 296 euros e 137 226 euros, respetivamente. Segue-se a Guarda (+3,8%) e Setúbal (+3,3%), com os valores médios atuais de 115 750€ e 396 034€, respetivamente.

O Imovirtual diz que, por outro lado, Évora (-1,76%), Vila Real (-1,22%) e Coimbra (-1,16%) registam ligeiros decréscimos de março para abril, com os restantes distritos a registarem relativa estabilização.

Em comparação com o período homólogo do ano passado, os distritos que registaram maior aumento no preço das casas foram a Madeira (+26,4%), Santarém (+20,7%) e Beja (+17%), com os valores médios atuais de 519.296 euros, 213.658 euros e 166.554 euros, respetivamente.

Bragança voltou a ser o distrito que registou a maior quebra do preço médio de venda: -30,8%. Guarda (115 750€ euros) e Portalegre (118 978 euros) mantiveram-se os distritos mais baratos para comprar casa em abril. Os mais caros foram Lisboa (639 415 euros), Faro (591 658 euros) e Região Autónoma da Madeira (519 296 euros).

E o arrendamento?

No que diz respeito ao mercado de arrendamento, a tendência é a mesma. O preço de arrendamento no que diz respeito ao mês de abril cresceu em seis capitais de distrito, com Leiria (13,2%) a liderar a lista. Seguem-se Coimbra (5,3%), Funchal (3,5%), Porto (1,4%), Faro (0,9%) e Braga (0,8%). Em Castelo Branco (0,2%), Santarém (0,1%) e Lisboa (0%) os preços mantiveram-se estáveis.

Do lado contrário, os preços desceram em Viana do Castelo (-6,1%), Viseu (-6%), Aveiro (-4,5%) e Setúbal (-2,3%).

Mas é certo que Lisboa continua a ser a cidade onde é mais caro arrendar casa: 19,2 euros por metro quadrado. Porto (15 euros) e Funchal (12,5 euros) ocupam o segundo e terceiro lugares, respetivamente, seguindo-se Faro (10,3 euros), Setúbal (10,1 euros), Aveiro (9,7 euros), Coimbra (8,9 euros), Leiria (8,7 euros), Braga (8,1 euros) e Viana do Castelo (7,5 euros).

Já as cidades mais económicas são Castelo Branco (5,7 euros), Viseu (6,4 euros) e Santarém (6,9 euros).

O barómetro do Imovirtual revela a mesma tendência e mostra que o valor médio dos imóveis para arrendar subiu 22,3% de março para abril, fixando-se agora em 1 757 euros. «Este é o valor mais elevado do ano até ao momento, depois de uma estabilização observada desde janeiro, quando a renda média era de 1 445 euros», revela a plataforma. Em relação a abril do ano anterior, quando a renda média se fixava nos 1 274 euros, há um aumento de +37,9% (483 euros mais cara).

Fazendo as contas, Lisboa (+21,1%) e Bragança (+20,7%) são os distritos com maior aumento da renda média em abril, face ao mês anterior, com os valores a subirem para 2.458 euros e 478 euros, respetivamente.

Do lado contrário, Vila Real registou a maior descida da renda média em abril (-11,2%), comparativamente com março, descendo de 589 euros para 523 euros. Segue-se o distrito do Funchal (-0,5%), onde a renda média se fixa em 1 076 euros.

«Após três meses consecutivos caracterizados por uma estabilização na renda média, o mês de abril atinge os valores mais elevados do ano, até ao momento», comenta Diogo Lopes, Marketing Manager do Imovirtual. E defende que «estamos a viver um período desafiador e exigente no mercado de compra e venda de imobiliário, o que acaba por aumentar a procura pela alternativa do arrendamento. No entanto, com a oferta disponível limitada, verificamos no mercado cada vez mais distritos em que uma renda média pode ultrapassar os mil euros mensais», finaliza.