Contraofensiva para ‘breve’

O Presidente da Ucrânia negou as acusações russas de que Kiev tenha enviado um drone ao Kremlin para assassinar Putin. 

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou na quarta-feira que o país iniciará em breve uma contraofensiva no seu próprio território contra as forças russas.

Zelensky disse também estar certo de que o Ocidente forneceria a Kiev aviões de guerra modernos se o seu país fosse bem-sucedido no campo de batalha, citando exemplos anteriores que levaram a Ucrânia a receber novos tipos de ajuda militar. «É por isso que tenho certeza de que teremos aeronaves. Porque em breve faremos uma ofensiva, e depois dela tenho certeza de que receberemos aviões. Preferia que fosse o contrário, pois seria mais fácil para nós, mas é como é, e estamos gratos por tudo», disse Zelensky. «Precisamos deles. Realmente precisamos deles», admitiu, referindo-se aos caças. Além disso, o Presidente ucraniano rejeitou a alegação de Moscovo de que Kiev tentou atacar o Kremlin. 

Recorde-se que a Rússia acusou a Ucrânia de uma tentativa fracassada de assassinar o Presidente russo, Vladimir Putin, num ataque de drones ao complexo do Kremlin, no centro de Moscovo, e ameaçou retaliar.

Na entrevista coletiva na sua visita à Finlândia, Zelensky, disse ainda que a sua preocupação é defender as próprias cidades e vilas contra a invasão russa, iniciada há quase 15 meses. «Não atacamos Putin ou Moscovo, lutamos no nosso território», garantiu. «Queremos deixar isso para o tribunal».

Interrogado sobre que interesse tem a Rússia em acusar a Ucrânia de tentar assassinar Putin, Zelensky explicou: «É muito simples. A Rússia não tem vitórias. Ele não pode motivar mais a sua sociedade e não pode simplesmente enviar as suas tropas para a morte. Agora precisa de, de alguma maneira, motivar o seu povo a seguir em frente».

Na quinta-feira, o Presidente ucraniano deslocou-se a Haia, onde se reuniu com representantes do Tribunal Penal Internacional (TPI), disseram fontes oficiais à AFP. O TPI investiga crimes de guerra alegadamente cometidos pelo Exército da Rússia na Ucrânia tendo emitido um mandado de captura contra o chefe de Estado russo, Vladimir Putin.

No dia 18 de março, um comunicado do TPI indicava que Vladimir Putin «é alegadamente responsável pela deportação (de crianças) e da transferência ilegal (de crianças) das áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação da Rússia».