A propaganda da mentira

Incapazes de travar a perda de poder de compra dos portugueses, os politiqueiros formados no Largo do Rato orientam agora as suas baterias para a mentira desavergonhada, propagandeada até à exaustão pelos comissários políticos do regime, vendendo-nos a ideia de que Portugal tem o maior crescimento económico da União Europeia.

O ministério da propaganda anunciou, com toda a solenidade própria do acontecimento, que, graças aos esforços do governo, o País está no bom caminho, considerando os dados económicos que foram fornecidos pelo Instituto Nacional das Estatística e que dão conta da melhoria dos indicadores económicos, atendendo ao facto da inflação ter descido para 4% e o produto interno bruto, no primeiro trimestre, ter subido 2,5% face a período análogo do ano transacto.

Há muito que aprendi que existem três tipos de mentiras: as pequenas mentiras, as grande mentiras e as estatísticas!

O ministro da propaganda, que se esconde por detrás da denominação oficial de presidente do grupo parlamentar do PS, veio às televisões e, a babar-se todo e com um brilhante, mas trocista, sorriso, ofereceu-nos a boa-nova de que os portugueses agora vivem melhor!

Obviamente que não é preciso ser-se economista para se perceber que o discurso do propagandista do governo assenta numa mentira descarada.

Como podem os portugueses viver melhor se a inflação, apesar de ter abrandado, continua em alta?

Se existe inflação, é porque os preços não estabilizaram, mas sim, pelo contrário, mantém-se em subida constante.

Milhares de famílias estão com a corda ao pescoço por causa dos aumentos sucessivos das prestações das casas, consequência da cobardia do governo português em não ousar enfrentar o governo totalitário de Bruxelas, que nos governa sem se ter submetido ao escrutínio popular, resultando essa inação nos lucros desenfreados da Banca e no empobrecimento, sobretudo, da classe média.

Os preços dos bens alimentares não param de subir, apesar da taxa de IVA zero aplicada em alguns deles, fazendo com que as compras nos supermercados e noutros estabelecimentos similares deixe os consumidores à beira de um ataque de nervos.

Os combustíveis estão há três semanas consecutivas a aumentar, fazendo esquecer as descidas que se verificaram pouco tempo antes.

A restauração e a hotelaria estão cada vez mais longe do alcance dos bolsos dos portugueses, praticando-se montantes somente acessíveis aos turistas provenientes de países economicamente mais sólidos do que o nosso.

Comprar ou arrendar uma casa tornou-se numa autêntica miragem para a esmagadora maioria daqueles que procuram um tecto para viver, inviabilizando qualquer sonho de se constituir família, não se vislumbrando, no horizonte, qualquer expectativa de retorno a um passado não muito distante.

E os impostos continuam a sugar os contribuintes com valores nunca antes observados, com os gabinetes ministeriais  a inventarem mais taxas e taxinhas por tudo e por nada.

A título de exemplo, na semana passada, invocando-se o ambiente como desculpa, lembraram-se de mais um imposto, assente na obrigatoriedade de venda dos sacos de plástico transparentes para pão, frutas e legumes. Mais dinheiro a sair directamente dos bolsos dos portugueses para os cofres do Estado!

Incapazes de travar a perda de poder de compra dos portugueses, os politiqueiros formados no Largo do Rato orientam agora as suas baterias para a mentira desavergonhada, propagandeada até à exaustão pelos comissários políticos do regime, vendendo-nos a ideia de que Portugal tem o maior crescimento económico da União Europeia, baseando-se, para nos fazer crer nessa fraude, na subida do produto interno bruto.

Partindo-se de premissas erradas, naturalmente que se chega a conclusões deturpadas!

Portugal vive principalmente do turismo, sendo que nos dias de hoje se trata praticamente da única actividade verdadeiramente lucrativa, enquanto que as economias mais fortes não oscilam com o número de turistas que recebem.

Com o vírus que vergou um assustado e irracional mundo novo, os potenciais turistas ficaram confinados aos seus lares, maldição que resultou na total paralisação do sector virado para receber quem nos visita.

No primeiro trimestre do ano passado, com o qual são feitas as comparações que levaram os incautos a concluir que estamos perante um real crescimento económico, o turismo estava lentamente a renascer das cinzas, mas ainda bastante longe dos níveis anteriores à doença que congelou a sociedade.

Com o levantamento das restrições que condicionavam as viagens inter-fronteiriças, bem como, certamente, com os receios causados por um conflito armado no extremo oposto da Europa, Portugal tornou-se num cobiçado porto de abrigo seguro e economicamente atraente para quem pretende gozar umas férias longe de casa, pelo que o presente ano nasceu com um incremento turístico nunca antes visto.

Acontece que a generalidade dos países que vivem quase em exclusivo do turismo,  destino a que fomos condenados por meio século de inércia estatal, são pobres!

O Estado lucra com as divisas que entram, porque são mais impostos a rechear os cofres públicos e, consequentemente, a potenciar a corrupção, mas a grande maioria da população vive no limiar da pobreza, com apenas uns quantos a beneficiar das benesses que nos são trazidas pelos estrangeiros que aqui usufruem do seu repouso sazonal.

Acresce que ao governo não pode ser imputado qualquer mérito no crescimento do sector turístico, atendendo a que os governantes não mexeram uma palha para atrair mais visitantes, apenas beneficiaram das condições externas existentes.

Bem pelo contrário, as políticas que estão a ser desenhadas, fruto de uma descabida e irresponsável cegueira ideológica, visam precisamente a destruição, pura e simples, do ramo que mais tem contribuído para o impulsionar do turismo, o alojamento local, responsável por perto de metade das dormidas que são oferecidas a quem nos procura.

É nisto que o Estado português de hoje é exímio, em aniquilar qualquer projecto que, fora do seu directo controlo, se evidencie em criar riqueza.

Esta é a principal razão por continuarmos a ser um país cada vez mais pobre!