Estava para a nouvelle cuisine como Le Courbisier para a arquitetura. Paul Bocuse, o “Papa” da gastronomia, considerado chef do século e precursor da época pop da cozinha, morreu como vivia: no restaurante Paul Bocuse inspirou o filme de animação da Pixar “Ratatui” sobre um rato que sonha ser chef
Carla Bruni, Conan Osiris e Baxter Dury entre os destaques
Os novos álbuns já não fazem estragos, mas as digressões continuam a esgotar com antecedência. O primeiro concerto em oito anos dos U2 em Portugal está marcado para 16 de setembro na Altice Arena. No regresso, prometem um espetáculo vanguardista com múltiplos palcos e um sistema de som inovador para evocar clássicos.
Ela sem “Ele e Ela” não era ninguém, mas a carreira de Madalena Iglésias não se esgota numa das bandeiras do Festival da Canção. Foi Rainha da Rádio, protagonizou uma rivalidade particular com Simone e dizia-se à frente do seu tempo musical. Em tempo de privação e anseio, Madalena Iglésias trouxe luz ao monocromatismo.
Do deserto do Sara às pedras da Beira Alta, João Francisco Vilhena e Pedro Oliveira fotografaram e escutaram os silêncios preenchidos pelas palavras de Mega Ferreira.
Destaque para Raquel Ralha & Pedro Renato, Black Rebel Motorcycle Club e Van Morrison
O grande mistério continua por resolver. Por que motivo veio Madonna para Lisboa? Um dia saber-se-á. Certo é que a mudança é um facto consumado e não é segredo para ninguém. O Instagram tem servido de diário de bordo das esquinas, vielas, hotéis, palácios, casas de fado, estádios, centros de estágio e praias por onde…
O streaming veio para ficar, o vinil ressuscitou, o CD é um objeto em vias de extinção, a morte do álbum é uma notícia falsa, o rock perdeu a eletricidade, o hip-hop roubou-lhe as drogas, o jazz acorda da hibernação e gostar de música portuguesa já não é vergonha, é orgulho. 2018 vai ter um pouco disto tudo
Quando Kalaf Ângelo voou de Bengela para Lisboa em 1995, talvez ainda não estivesse consciente mas tinha uma missão pela frente. Agitar Lisboa, credibilizar a lusofonia, para que a cultura pudesse aproximar-nos, brancos e pretos, periféricos e cosmopolitas, como quem dança o mesmo samba. Ou neste caso, o kuduro progressivo, termo cunhado aos Buraka Som…
Em 2016, a morte saiu a rua e tirou ao mundo David Bowie, Prince, Leonard Cohen e George Michael, só para citar barões. 2017 também foi de perdas. A viúva negra ficou por perto e tirou o nome próprio do rock’n’roll a Portugal. José Pedro dos Reis, o Zé Pedro dos Xutos, resistiu a um…
Em 1992, os R.E.M. continuavam a alargar a base de fiéis sem perder o culto. Álbum de singles em barda como “Nightswimming”, “Everybody Hurts” e “Man On The Moon”, “Automatic For The People” evidencia ser possível conciliar ética, indústria e multidões
“Só” mas nunca sozinho, Jorge Palma revisitou o álbum em que se sentou ao piano para tirar a roupa as canções. “Só ao Vivo” revive esses concertos
D‘Improviso, o novo programa de César Mourão na SIC, estreou há poucas semanas e logo como líder de audiências em horário nobre. Aos domingos à noite quando a teoria dos três ecrãs pende para a televisão. Habituado à exposição nacional, clama pela transversalidade mas não a confunde com privacidade. Nos jantares entre amigos, assume rir…
Os heróis da música popular do século XX estão a partir. O “Elvis Presley francês” tinha 74 anos e morreu na casa de Paris, vítima de cancro no pulmão
“Os Dias da Madredeus” e a integral de José Mário Branco voltam ao mercado em edições restauradas com o alinhamento original. No caso do trovador de combate, os títulos mais recentes passam a estar disponíveis pela primeira vez em vinil
Reedição de raro cuidado para os costumes da indústria musical portuguesa, “Sitiados” conta a história de um grupo desde o estágio pós-punk no Rock Rendez-Vous até à nacionalização acidental à conta da “Vida de Marinheiro”. Quando o rock casou com o acordeão
Como músico, definia-se mais pelo carisma e empatia do que pelo virtuosismo. Como pessoa, combinava a rebeldia com a generosidade, a energia com a delicadeza, a atitude punk com o cavalheirismo.
No séc. XXI, o mercado da saudade continuou a vender digressões, mas o apetite pelas novidades do planeta U2 perdeu-se. Podem ainda a ser a pólvora que a sociedade pós-ideológica tarda em descobrir?
“E mais que uma onda, mais que uma maré/Tentaram prendê-lo, impor-lhe uma fé/Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade/Vai quem já nada teme, vai o homem do leme”. Resistiu até onde pôde José Pedro dos Reis, o Zé Pedro rock’n’roll, símbolo maior da música elétrica portuguesa, caso ímpar de consenso, anti-vedetismo e apadrinhamento de novas…