O realojamento de 248 famílias na Quinta do Cabrinha foi o primeiro do processo de reconversão do Casal Ventoso — o bairro considerado mais problemático de Lisboa no fim do século passado — e ficou concluído há 15 anos.
Na associação A Casinha, em Lisboa, há diariamente 150 pessoas sem-abrigo ou carenciadas sentadas à mesa e é daqui — do prato cheio e da conversa — que parte um processo de integração social que já tirou gente da rua.
O Bairro Alto resistiu, ao longo de cinco séculos de existência, a todos os planos que quiseram mudá-lo e mantém, por isso, uma “impressão digital” — a sua singularidade — “que não se perde no mapa de Lisboa”.
Aos olhos de quem aqui vive há alguns anos mas também aos olhos de quem desperta aqui há uma vida, o Bairro Alto é acolhedor, familiar, diverso, seguro e um bastião de resistência do bairrismo lisboeta.
O que há 500 anos distinguia o Bairro Alto é o mesmo que ainda hoje o define: casas humildes ao lado de palacetes. A colina lisboeta continua a ser um postal de todas as classes.
Natália Pinto, de 46 anos, vive em Lisboa com um filho menor, que tem a cargo, e, mesmo trabalhando 12 horas por dia, seis dias por semana, precisa de pedir ajuda para comer.
Há portugueses a trabalhar na construção civil em França, recrutados por empresas estrangeiras – incluindo portuguesas -, que chegam a receber menos de metade do ordenado mínimo naquele país, denuncia o sindicato francês CGT.
Lurdes Fernandes, hoje com 46 anos, emigrou para França em 1984, pouco depois do início da segunda intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Portugal, e não pensa regressar, nem em breve, nem na reforma.
Tiago Oliveira, de 23 anos, trocou Braga por Paris em Julho deste ano, porque, mesmo tendo emprego e “boas condições de trabalho”, poupar dinheiro demorava muito tempo e, em Portugal, este jovem “via os caminhos a estreitarem-se”.
A artista Joana Vasconcelos, que será a primeira mulher e a mais jovem artista a representar a arte contemporânea no Palácio de Versalhes, em Paris, considera que o trabalho final ficou «mais extraordinário» do que o projectado.
Um refrigerante com alto teor de cafeína que se tornou moda entre alunos de uma escola em Almada está a preocupar professores e pais e é considerado um «problema de saúde pública” pelos responsáveis de saúde.
Na Escola Daniel Sampaio, na Sobreda, Almada, houve cinco vintes, três dezanoves e dois dezoitos no exame nacional de Matemática, num ano em que as negativas à disciplina dispararam. A receita, dizem os alunos, é simples: trabalho, trabalho, trabalho.