Independência do Banco de Portugal. A independência dos bancos centrais dos países mais desenvolvidos economicamente é um estatuto historicamente recente. Data do final dos anos 80 do século XX, e traduz as lições aprendidas com o combate à estagflação (desemprego+ inflação: lembram-se de tal ter existido? ) que assolou a generalidade das economias depois do…
1. O bluff de Cameron. Para apaziguar os eurocéticos no seu partido, Cameron prometeu-lhes um referendo para resolver um dilema que, na realidade, não sente. Tenho poucas dúvidas de que no fundo do coração Cameron é um europeísta e deseja que o Reino Unido permaneça na UE. Todas as condições que apresentou são perfunctórias e…
Migrações. Assisti no passado dia 27 de Janeiro a um debate, organizado pelo Centre for Turkish Studies de Londres, sobre os custos da crise dos refugiados da Síria. O debate teve lugar na Câmara dos Comuns do Parlamento britânico e foi patrocinado pela deputada trabalhista Yvette Cooper. O debate foi muito útil para colocar o…
1.Extraordinárias I. Ao que parece, grande parte da discussão entre o Governo PS/BE/PCP e as instâncias europeias prende-se com saber se a reposição dos vencimentos dos funcionários públicos é uma medida extraordinária – sem impacto, portanto, no défice estrutural – ou se, pelo contrário, é permanente e conduzirá a um agravamento do défice estrutural.
1. Os credores. Os juros em mercado secundário da dívida pública sobem para patamares que são inéditos desde que o BCE iniciou os estímulos monetários; os credores do Novo Banco reúnem-se em Londres; um banco alemão considera Portugal o novo mau aluno da UE.
Hoje escrevo sobre 2016. Em particular sobre dois fatores que, em minha opinião, poderão marcar o ano que vem. Um é internacional e o outro é nacional.
1. Ai Weiwei. Últimas horas da aclamada exposição do artista chinês na Royal Academy of Arts em Londres. Duas horas e meia de espera sob um vento gelado. Como bom português deixei a visita para a última hora. Ai Weiwei é muitas coisas: um artista multifacetado e controverso, um ativista social e um opositor do…
1. Islamismo. Os ataques de Paris e um artigo de José Manuel Fernandes no Observador puseram-me a pensar na diferença entre ser muçulmano e ser islamita. Islamismo=Islão+ismo: a primeira parcela refere-se à religião e a segunda, ‘ismo’, é um sufixo de origem grega que exprime a ideia, sistema político ou ideologia. O islamismo é, assim,…
1. Crítica de Lucas. Designada com o nome do Prémio Nobel Robert Lucas, critica os métodos de avaliação quantitativa das políticas económicas que não levam em linha de conta que o modo como os agentes económicos decidem (consumir, investir ou trabalhar) varia sistematicamente quando a política económica se altera. Modelos que foram bons auxiliares para…
1.Vale uma aposta? Aproxima-se o momento da verdade para o PS. Na noite de 4 de outubro António Costa prometeu que só votaria uma moção de rejeição construtiva. Ao nomear Passos Coelho, Cavaco Silva pôs o cronómetro a correr para a edificação dessa alternativa construtiva.
1.O discurso do Presidente. É passado mas continua presente. O discurso teve duas partes. Uma na qual o Presidente, respeitando a forma constitucional e a tradição democráticas, indigita Pedro Passo Coelho.
A mediana. O Teorema do Votante Mediano, a que um deputado eleito pelo PS aludiu recentemente para legitimar a formação de um governo liderado por Costa, pode ser assim parafraseado: se na praia da Quarteira os banhistas estiverem uniformemente distribuídos pela faixa de areia, os vendedores de gelados devem procurar uma localização central, pois é…
Confesso que não estou seguro de entender a estratégia de António Costa. A estratégia de negociação de um Governo com o apoio da extrema–esquerda parlamentar parece, cada vez mais, estar a ser levada a sério pelo PS e também pelo PCP e pelo BE.
1.Perdeu o país. A recondução de Passos Coelho é digna de nota pois é caso virgem entre os países sujeitos intervenções da troika. Mas fiquei desapontado com os resultados das eleições. Sendo um incurável otimista esperei até à última que as sondagens estivessem enganadas e que, afinal, viéssemos a ter um governo de maioria. O…
1. Já votei. Fruto de estar registado fora de Portugal, exerci o meu direito de voto na passada semana, por correspondência. Votei para prevenir e para premiar. Prevenir teme ao futuro enquanto que premiar honra o passado. Prevenir é um voto pela negativa; premiar é um voto pela positiva.
1.Tsipras. As eleições gregas do passado domingo confirmaram um governo do Syriza. Mas este Syriza não é exatamente aquele que no princípio do ano lançou a União Europeia em sobressalto. Está expurgado da ala radical, que estava disposta a abandonar o euro, e está amadurecido por um banho de real politik. Caso Tsipras, como prometeu,…
1.O debate. Vi o debate Passos-Costa da passada semana à distância, através de live streaming. Não sei se foi a distância ou o online, mas pareceu-me pouco envolvente e nada estimulante. Para que gosta de equiparar estas disputas a jogos desportivos, foi maçador como só um mau jogo de futebol consegue ser. Apostaria que terá…
1.Ludditas. A Uber está a deixar os taxistas de todo o mundo num estado parecido ao dos operários durante revolução industrial do século XIX. Em muitos sítios recorre-se a métodos parecidos, apela-se ao camartelo do Estado para proibir a inovação tecnológica. Portugal não foi, como vimos esta semana, exceção. A exceção é Londres, onde muitos…
1. É possível Portugal ser competitivo fora do euro? Esta foi a pergunta que motivou um especial do Observador na passada semana. Para mim a questão é algo bizarra. É como se perguntassem se Portugal pode ser competitivo sem ter uma inflação elevada (15%, digamos). A esta questão responderíamos todos (julgo), ainda que surpreendidos, com…