Nascido há 252 anos, a 15 de Setembro de 1765, Bocage foi um observador atento e um crítico mordaz da sociedade do seu tempo. Amigo das guerras verbais, comentador irónico do que há de excessivo, ridículo, e até de triste e penoso no mundo, haveria de fazer boa figura nas redes sociais
Foi o grande ficcionista posterior a Eça, o “mestre” da língua portuguesa. Entretanto, deixou de ser lido, desapareceu dos programas curriculares, saiu do horizonte dos ensaístas, eclipsou-se das estantes. Acontece até aos maiores num país que deposita as grandes obras no mausoléu da indiferença
Acompanhando as conquistas das mulheres, a imagem da musa antiga sofreu uma reviravolta, muito além das formas corporais que agradam ao olhar masculino. Por vezes pouco estimulantes, ausentes, indisponíveis, desdenhosas até, as musas do nosso tempo têm querer e vida própria
Foi um ás do jornalismo de investigação e da reportagem sensacional e polémica. O mundo do crime, da fraude e do insólito atraía-o como um íman. As suas cartadas, batidas com audácia e uma fé inabalável, fizeram dele uma figura ainda hoje embrulhada num misto de realidade e lenda
Desatado o nó judicial que, durante mais de três décadas, bloqueou a possibilidade de edição da obra do escritor fora do Brasil, a Tinta da China prossegue, entre nós, a divulgação do grande dramaturgo e cronista pernambucano com o romance “O Casamento”. E que linda é a noiva!
É o seu primeiro romance, escrito de costas para as cartilhas inócuas que servem de guia a boa parte da ficção narrativa que por cá se publica. Inimigo da ligeireza e do português empobrecido, tem telhados de várias águas e foi construído sobre um espaço que equilibra a segurança da tradição com a ousadia da…
Fez no primeiro deste mês 97 anos desde o nascimento da figura maior da cultura portuguesa do século XX, referência e símbolo da portugalidade, fadista de voz irretorquível no mundo quase inteiro que percorreu, Amália Rodrigues
Morreu a 2 de julho de 2004, há 13 anos, Sophia de Mello Breyner Andresen, alguém que fez da poesia uma forma de vida ou «a forma da vida» e da essencialidade uma busca sem limites, fundindo ética e estética, harmoniosamente conjugadas com os valores do humanismo cristão.
“Tardio” é o seu segundo livro de poemas, ora elipticamente narrados, ora presos em descrições cifradas. Move-se longe daquele confessionalismo escancarado que não deixa pedra por virar nem ponta por unir.
Dez anos depois do último romance, Rodrigo Guedes de Carvalho volta a responder ao apelo da literatura com “O Pianista de Hotel”, um romance admirável de intensidade sóbria, precisa e frequente que encontra na melancolia o seu timbre condutor
Como comportar-se à mesa? E debaixo dela? Como tirar macaquinhos do sótão de uma mulher ciumenta sem perder a compostura? Como livrar-se, com classe e num fósforo, de uma visita indesejada ou de um marido-obstáculo? A estas e outras questões de suma importância responde o “Manual de Etiqueta e Civilidade” de Vilhena, originalmente publicado em…
A “Os Lusíadas Para Gente Nova”, adaptados por Vasco Graça Moura, nada falta. Têm arte, engenho, a técnica, que vem render a musa clássica, e até uma “ilha do amor de cinco estrelas”, cheia de ninfas com “maminhas a saltar duas a duas/ Belos rabinhos, bocas de rubi”.
55 anos (acabados de completar) depois da morte de Júlio Dantas (1876-1962) e mais de um século passado sobre o Manifesto Anti-Dantas, ao sopro do seu nome continua a erguer-se um boneco saído do molde onde Almada verteu irreverência nunca vista e o veneno destrutivo de uma geração que tinha pressa.
Num tempo em que a cultura do efémero e do descartável ganha terreno sobre a memória literária, a editora Cavalo de Ferro publica novo romance de Ferreira de Castro, um dos mais populares escritores do século xx. Depois de “Emigrantes”, “A Selva” ou “A Experiência”, um dos mais subversivos textos do autor nunca antes publicado…
Num tempo em que a cultura do efémero e do descartável ganha terreno sobre a memória literária, a editora Cavalo de Ferro publica novo romance de Ferreira de Castro, um dos mais populares escritores do século xx. Depois de “Emigrantes”, “A Selva” ou “A Experiência”, um dos mais subversivos textos do autor nunca antes publicado…
Disperso, indisponível, esquecido, encaixotado no depósito da Biblioteca Nacional, Mário-Henrique Leiria está agora a renascer. Por partes, à boa maneira surrealista, e por iniciativa da E-Primatur, que acaba de publicar “Ficção”, o primeiro volume das “Obras Completas” do génio do surrealismo português.
A Mulher-Sem-Cabeça e o Homem-do-Mau-Olhado é o mais recente livro de Gonçalo M. Tavares e vem inaugurar uma nova série ficcional. Depois de O Bairro e O Reino, eis as Mitologias.
“Singularidades” é o título do novo volume de contos de A. M. Pires Cabral e caberia quase inteiro numa exigente antologia de histórias de proveito e sem exemplo.
Fechado há quase três anos, o Armazém das Artes reabre com a exposição “A Arca do Alquimista”