Atentemos em três casos que fizeram correr alguma tinta em Portugal, embora um deles tenha tido mais repercussões em França, por motivos lógicos.
Em Lisboa, uma barbearia lançou uma campanha de marketing com um corte radical, anunciando que o espaço está interdito a mulheres. Não fui ao espaço, mas vendo as reportagens que foram feitas no local dá para perceber que os donos da ideia têm graça ao recriarem uma barbearia dos anos 50, onde as mulheres, efectivamente, não entravam. Sociólogos, defensores dos consumidores, advogados, tudo se pronunciou seriamente sobre a barbearia 'durona' que prefere cães a mulheres. Um típico caso que dá para rir, mas que alguns levam muito a peito. Uma tontice pegada. O segundo foi a da polémica de uma actriz que desfilou na ModaLisboa e foi acusada de estar gorda para o fazer. Uma onda gigante de indignação logo se levantou, embora, ao que se saiba, tudo não terá passado de uma crítica alojada num site com credibilidade no mundo da moda. É sabido que, regra geral, as medidas das modelos estão mais de acordo com os estilistas do que com a dos homens que gostam de mulheres. Durante meia dúzia de dias não se falou noutra coisa.
Por último, a provar que a pequenez não é um exclusivo deste cantinho europeu, a visita – fora de horas e exclusiva – de Jay Z e Beyoncé ao Louvre provocou um pequeno terramoto. “Como é possível terem direito a uma visita particular?”, escreveu-se em muitos murais e jornais. Mas há algum problema em que duas das figuras mais mediáticas do mundo tenham um tratamento diferenciado, até para não provocarem o caos? Espera-se é que tenham pago bem esse 'privado' até para que outros 'beneficiem' desse contributo, como estudantes ou desempregados. A inveja e a mesquinhez são, de facto, transversais aos povos…
