CAP acusa Governo de falhar pagamento dos 500 milhões do Pedido Único

“Faltou à palavra dada pela primeira vez quando, no final de maio, mais de um mês após o anúncio desta garantia, falhou o prazo para fazer chegar o dinheiro prometido, e devido, aos agricultores”, diz a CAP.

A Confederação dos Agricultores de Portugal acusa a Ministra da Agricultura de ter falhado o pagamento antecipado de 500 milhões de euros relativamente ao Pedido Único (PU). “A ministra havia-se comprometido, no passado dia 21 de abril, a liquidar esta verba até ao dia 30 maio”, diz a confederação.

“Faltou à palavra dada pela primeira vez quando, no final de maio, mais de um mês após o anúncio desta garantia, falhou o prazo para fazer chegar o dinheiro prometido, e devido, aos agricultores”, diz a CAP.

E acrescenta que esta é a segunda vez que Maria do Céu Antunes “faltou à palavra”. “Junho chegou ao fim, os pagamentos prometidos não chegaram e os agricultores esperam… e desesperam!”, lê-se no comunicado.

E deixa mais críticas: “Sem tesouraria, com empréstimos bancários contraídos a correrem juros, com compromissos assumidos junto de fornecedores, e sem qualquer previsão credível da data dos pagamentos, os agricultores portugueses foram enganados duas vezes e estão numa situação complicadíssima e desesperante”.

A nota diz ainda que o Estado “não perdoa atrasos nos pagamentos que lhe são devidos. Quando um contribuinte não cumpre um prazo de pagamento é penalizado. E bem. Quando um governante incumpre com um prazo de pagamento, nada acontece, a não ser para o beneficiário desse pagamento que continua a ser penalizado”.

Para a confederação liderada Eduardo de Oliveira e Sousa, esta é uma situação “profundamente injusta”, que “desgasta os agricultores que estão já a ser muito penalizados pelo atual contexto de seca, de escalada brutal dos preços dos combustíveis e da energia, da subida vertiginosa dos preços das matérias primas e dos fertilizantes e de um fosso de perda de competitividade face a Espanha que se alarga a cada dia que passa”.

E defende que “este tipo de anúncios que depois não são cumpridos defraudam expetativas e complicam ainda mais a vida a todo o setor”.