Incidente com Evo Morales foi ‘erro histórico’ que ‘vamos pagar caro’, diz João Soares

O deputado do PS João Soares considerou hoje que “a recusa da aterragem” do avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, em Portugal, “a pedido da administração norte-americana”, foi “um erro lamentável e histórico”.

“foi um erro lamentável e histórico, que vamos pagar caro”, afirmou o socialista, ex-presidente da câmara municipal de lisboa, durante uma reunião da comissão parlamentar de defesa em que se discutia um relatório sobre a proposta da comissão europeia para a criação do “céu único”.

joão barroso soares, também antigo presidente da assembleia parlamentar da osce, disse ter “a maior das simpatias por esta administração norte-americana”, mas criticou que “vários estados europeus tenham recusado a aterragem [do avião do presidente boliviano] a pedido dos estados unidos” da aeronave de “um presidente democraticamente eleito”.

o deputado do cds-pp joão rebelo foi o único a comentar esta intervenção do deputado socialista.

“essa situação não tem nada a ver com o avião de evo morales, tem apenas a ver com a soberania de cada estado”, afirmou o parlamentar democrata-cristão.

o ministro dos negócios estrangeiros, paulo portas, contactou na terça-feira da semana passada, dia 16, o seu homólogo boliviano para emitir uma “palavra de reparação” do governo e admitir que o presidente evo morales “pode ter razões de queixa” sobre os acontecimentos que decorreram no seu voo de moscovo para la paz.

paulo portas “tomou a iniciativa de falar com o seu colega boliviano, oferecendo uma ‘palavra de reparação’ por parte do governo português, como contributo de portugal para superar a tensão entre os países mercosul e os países da ue”, refere uma nota enviada à lusa pelo porta-voz do ministro já na quinta-feira, dia 18 de julho.

já no sábado, o chefe de estado boliviano exigiu saber quem são os responsáveis pelos incidentes que levaram a que o seu avião fosse impedido de aterrar em vários países europeus por suspeitas de transportar edward snowden.

lusa/sol