jorma savolainen, responsável técnico da empresa finlandesa (aw energy) que concebeu a tecnologia, afirmou à agência lusa que na primeira semana de julho a plataforma metálica de 40 metros, composta por três pás verticais gigantes, vai ser fundeada a 20 metros de profundidade e a 500 milhas da praia da almagreira, ao largo de peniche.
trata-se de um protótipo de produção de electricidade a partir do movimento das ondas, único no mundo, com pás que oscilam debaixo de água com o movimento das ondas e que conseguem produzir por hora até 100 killowatts (kw) cada uma, o que vai permitir abastecer entre 40 a 60 habitações.
o responsável adiantou que, dentro de três anos, a empresa estima partir para a fase pré-comercial do projecto, com a instalação de mais 500 kw, o equivalente a mais cinco pás.
entre hoje e quarta-feira, os engenheiros portugueses e finlandeses deverão concluir a montagem das três pás na plataforma metálica que, durante quinze dias, vai ser fundeada no mar junto aos estaleiros navais e ser sujeita a ensaios.
bryan curto, engenheiro dos estaleiros navais de peniche, explicou à agência lusa que, desde março de 2011, começou a construir a estrutura, os tanques de água que, quando estão cheios, permitem submergi-la, e as pás metálicas. a última fase dos trabalhos, que está a decorrer, consiste na montagem da tecnologia concebida pelos finlandeses, que permite fazer movimentar as gigantes pás metálicas.
desde 2009 que os parceiros tecnológicos têm vindo a trabalhar no projecto-piloto, para o qual estão envolvidos cinco milhões de euros, três dos quais financiados pela comissão europeia, após a aprovação de uma candidatura ao sétimo programa quadro de investigação e desenvolvimento.
a tecnologia wave roller vai produzir resultados que, caso sejam favoráveis, vão permitir avançar para uma fase comercial de produção de energia e foi testada pela primeira vez a nível mundial na praia da almagreira em 2007.
o objectivo dos promotores passa por criar na praia da almagreira um grande parque mundial de energia das ondas e entrar numa fase de exploração comercial do projecto com uma potência instalada entre os 50 e os 100 megawatts (mw), para os quais necessitam de investidores.
a avançar para a fase comercial, o investimento ascenderá a 100 milhões de euros e colocará portugal na linha da frente no segmento da produção mundial de energia a partir do movimento das ondas, estimam os promotores.
lusa/sol