Porque têm os japoneses, ainda hoje, tanta relutância em demonstrar publicamente os seus verdadeiros sentimentos? A resposta está na proverbial crueldade dos seus castigos.
Porque têm os japoneses, ainda hoje, tanta relutância em demonstrar publicamente os seus verdadeiros sentimentos? A resposta está na proverbial crueldade dos seus castigos.
O refinamento da corte levou a que se desenvolvessem em Quioto rituais de uma complexidade insólita, mas também mandamentos estéticos que moldam o Japão ainda hoje.
Ao lançar o convite para jantar, o anfitrião fez um aviso: o convidado que não estranhasse ele ter um chimpanzé por criado, mas sobretudo que nunca se risse dele.
Existe na cultura japonesa uma forte propensão para o bizarro. E Lafcadio Hearn soube captá-la na perfeição.
Foi precisamente em Goa, para onde partiu em 1894, que Alberto Osório de Castro iniciou a sua carreira de magistrado. É por isso que o livro se encontra em tão mau estado.
Emily Dickinson via a poesia como um dom só ao dispor dos eleitos e que dava acesso a êxtases que tornavam tudoo resto irrelevante.
Além da seca, houve pragas de varíola, de gafanhotos e de peste bovina. Esta última tinha aparecido na atual Somália em 1889, ano de nascimentos gloriosos e infames.
‘As coisas árduas e lustrosas/ Se alcançam com trabalho e com fadiga’, escreveu Camões. A Armada de Vasco da Gama já conseguiu dobrar o temível cabo. Mas outros perigos espreitam.
O Baedeker é hoje encarado como um símbolo do diletantismo das classes privilegiadas de Oitocentos. Talvez injustamente. Das 500 páginas sobre Paris e arredores, exatamente 101 são dedicadas ao Louvre.
Uma hora de leitura e ainda não tinha passado do primeiro capítulo. As minhas previsões estavam a revelar-se decididamente otimistas. Afinal qual era o problema deste livro para ter um tal efeito soporífero?
Maria de Lourdes Modesto fez uma preciosa recolha dos saberes e sabores de Portugal antes de serem levados «pelas incursões bárbaras do progresso». Cozinha Tradicional Portuguesa é um verdadeiro tesouro nacional. Com um preço a condizer.
Encontrar os gatafunhos no final do livro não foi apenas frustrante: foi como comprar um apartamento minimalista e descobrir que tinha um graffiti horrível a desfigurar as traseiras.
A liberdade que Paul Klee pôs na sua pintura não agradava a toda a gente – e decididamente não agradou aos nazis, que o arrumaram na gaveta de ‘arte degenerada’.
O filho tinha apanhado um tiro numa perna e contava histórias da guerra. O pai estava preso a uma cadeira de rodas e contava-lhe episódios da juventude.
A leitura pede silêncio, mas assim que se pousa o livro abre-se espaço para a arte dos sons.
A energia transbordante de uma ‘força da natureza’, um clássico da literatura autobiográfica e as meditações de um neurocirurgião sobre o fim da vida são algumas das sete propostas de leitura que deixamos para estes dias quentes.
Em Alfabetos, Claudio Magris cita cerca de 700 autores – e de alguns revela um conhecimento profundo. Como o conseguiu? Confesso que, perante tanto conhecimento, me senti um pouco analfabeto.