Abrindo com Portugal, Portugal, todo o álbum é um discorrer de algumas obras primas do Palma, começando em 1975 (Poema Flipão; O Velho no Jardim) e terminando em 1989 (Eternamente Tu).
Para quem espera por belas melodias e arranjos previsíveis “à la Eagles”, poderá de todo, obliterar este álbum, pois pouco disso encontrará por aqui.
Atmosférico, intemporal, enraizado, foram alguns dos adjectivos que li já descreverem esta obra, e tendo certamente a concordar com todos.
De Bruce Springsteen a Tom Petty, de Emmylou Harris a Jackson Browne, de Don Henley a Ry Cooder, todos desempenharam um papel crucial neste álbum, conferindo-lhe quase um toque divino, graças igualmente a uma magnífica orquestração musical.
David Coverdale encontra aqui o seu lugar de conforto, rodeado de uma banda que integra dois elementos fundadores dos Deep Purple (bateria e teclas), bem como o próprio, que chegou a ser o seu “frontman” por uns anos (aquando da ausência de Ian Gillan), e outros três monstruosos músicos de estúdio, no baixo e nas…
Foi definitivamente o álbum que deixou Bonnie Raitt como mais uma cantantoura country, e deixou-lhe espaço aberto para um espectro musical mais amplo, como facilmente se observará com uma atenção cuidada, ouvindo este magnífico álbum.
Não só o álbum contém temas incontornáveis da sua discografia, como também a nível da escrita, foi um substancial passo em frente na carreira de MK.
Pouco mais de trinta minutos de duração, gravados de uma forma crua, com alguns dos temas a roçarem quase o amadorismo, conferindo-lhe por isso mesmo, o epíteto de clássico, pelo menos, aos meus ouvidos.
A meio caminho entre a passagem de Clapton pelos Yardbirds e a formação dos Cream, este álbum apresentou-nos um novo herói da guitarra, com uma série de standards bluesianos, despojados de qualquer artifício, contando com alguns originais de Mayall bem como uma composição de Mayall/Clapton, que o fizeram estender-se na linguagem bluesiana pela primeira vez…
O álbum está muito bem construído, quer ao nível dos arranjos musicais quer ao nível das letras e melodias, abrangendo toda uma diversa palete musical, que vai do jazz ao rock, do pop ao rumba, etc…
Um álbum que vai desde o folk à música celta, do jazz,ao blues, enfim, uma panóplia de estilos sem paralelo, numa carreira que perfaz já praticamente seis décadas.
Este álbum foi o primeiro gravado ao vivo pelos The Who, e o único compreendendo todos os quatro elementos originais da banda.
Uma banda que no curto espaço de quatro anos lança sete álbuns, e quase todos, sucessos estrondosos, tem obrigatoriamente que ter algo de especial, sendo que o especial aqui é John Fogerty, compositor, cantor, letrista e guitarrista da banda.
Apesar de nem tudo ter sido fácil no início das gravações, com acesas discussões entre os irmãos Knopfler, que levou à saída permanente de David, este é talvez, o álbum mais coeso de todo o seu reportório, pelo menos dos gravados em estúdio, mas longe de ser conceptual.
Não é à toa que guitarristas como Jeff Beck, Eric Clapton ou Mark Knopfler, citam este mesmo álbum como o Santo Graal dos blues.
Dizer que este é um álbum totalmente a solo, é uma completa distorção da realidade, pois só o baterista dos Heartbreakers (Stan Lynch) não participou na gravação do mesmo.
Imbuído de um totalitarismo que aparentemente tanto abomina, vem igualmente criticar os seus ex-colegas de banda, por terem participado numa canção de apoio à Ucrânia, acusando-os de para tal, se servirem da chancela Pink Floyd.
Uma autêntica pena que o álbum não tenha tido o reconhecimento merecido, o que terá porventura levado, após uma única e curta digressão, a que a banda se tenha desmantelado, e cada um seguido com as suas respectivas carreiras.
A voz é de uma singularidade única, com uma melancolia inquietante, transportando-nos imediatamente para o “country” de Waylon Jennings ou Steve Earle, certamente, influências fulcrais no jovem Rayland.