O antigo primeiro-ministro rompe o silêncio político e declara voto em Gouveia e Melo nas presidenciais, volta a criticar o processo da Operação Marquês e acusa o Governo de “pagar um favor” com a escolha do juiz Carlos Alexandre.
Em alguns casos, Gouveia e Melo, parece estar com um pé em cada margem. Muitos atribuirão isto ao facto de não ser um político; outros, os mais fervorosos apoiantes do Almirante, dirão que a culpa é dos jornalistas…
As Razões que levaram Gouveia e Melo a decidir-se pela candidatura presidencial, escritas por Valentina Marcelino, deram azo a notícias e interpretações que levaram o candidato a desmentir a Lusa. Precisamente na semana em que estalou também a polémica sobre a BBC.
“Não há nenhuma entrevista com palavras minhas, pronunciando-me sobre quem é chefe, quem não é, quem é que deve ser, quem não deve ser chefe de um determinado ramo das Forças Armadas” ou “quem deve ser ou não candidato presidencial”, declarou
Gouveia e Melo, que já antes havia mencionado tentativas de travar a sua candidatura a Belém através da sua promoção a chefe de Estado-Maior das Forças Armadas (CEMGFA), aponta desta vez o dedo ao Presidente da República e ao Governo
Gouveia e Melo escolhe as palavras e fala de Hitler, no que pode ser entendido como um argumento ad hitlerium, absurdo. E se não for?
Hipóteses de segunda volta parece estar a aumentar, o que terá levado o Presidente a antecipar a ida às urnas, para escolher o seu sucessor.
“Eu não reconheço no doutor André Ventura nenhum tipo de patriotismo superior ao meu. Eu estive na linha da frente diversas vezes em risco de vida e, portanto, não recebo recados de um senhor que nunca serviu, enquanto militar ou bombeiro”
O almirante que chefiou a Armada e foi responsável pelo processo de vacinação da covid-19 não poupa nas palavras para justificar a recusa da sugestão que lhe terá sido feita
“Nós estamos numa democracia e não há nenhuma casta política que tome conta da democracia, porque, senão, não era democracia
Candidato presidencial confessa-se “esmagado” com as imagens que tem visto na televisão e tece fortes críticas aos políticos.
É natural que a Igreja não declare, publicamente, o apoio a nenhum dos candidatos a Belém, mas há bispos que não escondem a sua simpatia pelo almirante. D. Rui Valério e Manuel Linda são dois nomes falados
Almirante diz que a imigração é um problema e que “o que se fez até agora foi uma política derrubada e pouco controlada que fez com que a própria sociedade começasse a reagir”.
“O almirante Gouveia e Melo está entregue aos traidores”, gritou um indivíduo. “Isto é uma vergonha, pá. Isto é não é a tua pátria”, disse, dirigindo-se ao imã de Lisboa.
Só é castigado quem seja mandatário ou apoie candidaturas adversárias às apresentadas pelo PSD
“Rio não lida bem com as críticas. E nunca lidou bem com a independência de Luís Marques Mendes como comentador”
“É indiscutível que vivemos tempos difíceis. O que nos trava está cá dentro. São as más decisões, falta de decisões e a falta de coragem para se fazer o que tem de ser feito”
Rui Rocha assume que preferia que, em contraste como o atual Presidente da República, o próximo chefe de Estado fosse “mais equilibrado do ponto de vista da sua presença mediática”.
Anúncio será feito formalmente no dia 29 de maio.