Poesia



  • Max Ritvo. Arrastar o universo para a cama

    O poeta norte-americano Max Ritvo morreu aos 25 anos de uma forma rara de cancro ósseo que lhe fora diagnosticado uma década antes. Agarrou-se à poesia, aos amigos, aos professores, e também às memórias e ao passado, deixando um testamento tenaz e sumptuoso, celebrando o tempo que lhe foi dado, entretecendo um eco vivo.

    Max Ritvo. Arrastar o universo para a cama

  • Paulo Teixeira. A memória como última fronteira da aventura humana

    Depois de uma década sem publicar, Paulo Teixeira parecia ter-se remetido ao silêncio. E se a sua postura foi sempre imensamente discreta, também é certo que não se podia passar ao lado do seu percurso na hora de fazer um balanço sobre a poesia contemporânea portuguesa.

    Paulo Teixeira. A memória como última fronteira da aventura humana

  • Joy Harjo. Uma voz que rachou ao meio o sonho americano

    Harjo foi a primeira nativo-americana distinguida como poeta laureada dos EUA, tendo servido três mandatos, e embora a sua poesia tenha recaído num certo panfletarismo idealista, em tempos a sua proposta foi tão ousada quanto indigesta, nadando para trás no tempo, convocando fantasmas, apurando ecos que chegam até ao osso

    Joy Harjo. Uma voz que rachou ao meio o sonho americano

  • Louise Glück. Uma harpa com cordas arrancadas ao desastre

    A poeta norte-americana, galardoada com o Nobel em 2020, morreu de cancro aos 80 anos, deixando uma obra que podia ser desapiedada e cruel, mas capaz também de transformar o pensamento em prece, e de louvar a existência sem a reduzir às mais banais aspirações de conforto e optimismo

    Louise Glück. Uma harpa com cordas arrancadas ao desastre


  • O indeclinável clinâmen

    O poema De rerum natura enfatiza a materialidade do mundo, a mortalidade da alma e a rejeição da religião e da superstição



  • Centenário de Natália Correia – 9 poemas inéditos

    No centenário do nascimento da autora, o Nascer do SOL publica nove poemas inéditos que constituem uma espécie de diário íntimo.

    Centenário de Natália Correia – 9 poemas inéditos

  • Margarida Vale de Gato. A omeleta com tudo o que havia na despensa académica

    Unanimemente louvado como um livro central numa suposta renovação do campo da poesia portuguesa mais recente, “Mulher ao Mar” regressa, e o corpo lançado às vagas é já uma embarcação tripulada por uma série de vozes, sobretudo femininas (as “corsárias”), produzindo muita vozearia no convés, mas depois fica naquele tom amontoado, pairando no ar sem chegar…

    Margarida Vale de Gato. A omeleta com tudo o que havia na despensa académica

  • Margarida Vale de Gato. Uma poesia sôfrega

    Na mais recente edição do seu livro em constante reelaboração, Mulher ao Mar / E Corsárias, fica clara a dimensão omnívora desta poesia, em que todos os motivos são puxados para a oficina de Vale do Gato, numa sofreguidão em afirmar-se enquanto poesia e que faz com que nada lhe seja estrangeiro. 

    Margarida Vale de Gato. Uma poesia sôfrega

  • Borges. O último elo da tradição épica

    Há autores cuja influência é de tal modo radiante que se diz que fundam um género por si sós. Com a sua colossal memória, Borges fez mais do que escrever muitas das páginas mais aliciantes do século passado, tornou-se o guardador dessas passagens que os leitores criam entre as grandes obras literárias, e a sua…

    Borges. O último elo da tradição épica

  • Um inédito de Fernando Pessoa num tempo em que seria de se exigir “pão para os vivos”

    O culto de mortificação que se constrói hoje de forma simétrica ao regime da consagração literária voltou a ser exposto quando os jovens editores de uma revista literária sentiram necessidade de ir buscar uma banalíssima composição inédita de Fernando Pessoa para obterem um destaque nos jornais.

    Um inédito de Fernando Pessoa num tempo em que seria de se exigir “pão para os vivos”

  • Mário Cesariny. A viagem de dez mil insurrectos num corpo só

    Mais do que lançar o navio de espelhos no seu caminho, no centenário do poeta que suportou todo um porto clandestino contra adversidades absurdas, lembramos ainda Cesariny como esse antagonista central face a uma cultura perpetuamente enlutada, aquele que melhor confrontou, sem se deixar devorar, esse buraco negro em que Fernando Pessoa e os seus…

    Mário Cesariny. A viagem de dez mil insurrectos num corpo só

  • Natália Correia. “A maviosa maldade musical”

    No ano em que se assinala o centenário do nascimento da poeta açoriana, a reedição da sua obra poética surgiu como uma nota de rodapé face ao destaque dado a uma portentosa biografia, persistindo a imagem da figura pública enquanto a recepção crítica que a obra merece continua à espera de uma geração de leitores…

    Natália Correia. “A maviosa maldade musical”

  • Pablo Neruda. O túmulo mais ruidoso da América Latina

    Meio século depois, o túmulo de Pablo Neruda é ainda um túnel negro, “como se no coração nos afogássemos,/ como irmos caindo da pele até à alma”. Depois de várias perícias continuam as dúvidas sobre se morreu ou não envenenado, depois do golpe militar que derrubou Allende, e nos últimos anos, na sequência do MeToo,…


  • Maria Lis e Miguel Cardoso. “Apagar o mundo, trazer outro”

    Hoje o futuro é um susto, mas enquanto o colapso não relança o jogo, surge-nos um livro de cumplicidades várias, em que versos e desenhos se entretecem a partir de frases e detalhes, figuras e lugares desviados dos escritos públicos e da correspondência da revolucionária marxista Rosa Luxemburgo com amigos e amantes, e que se…

    Maria Lis e Miguel Cardoso.  “Apagar o mundo, trazer outro”

  • José António Almeida. “Saga tão antiga quanto o mundo”

    Um dos nossos mais astuciosos erotistas, este poeta que viveu a melhor parte da sua vida numa vila da província alentejana, tem prosseguido num ciclo de obras em curso sob a designação geral de Metamorfoses aquela que é, entre nós, a obra poética mais implicada no retrato da vivência do desejo homossexual numa altura em…

    José António Almeida. “Saga tão antiga quanto o mundo”

  • Mário Cesariny. Algumas vezes foi preciso matar

    No centenário do poeta, é bom lembrar como lhe devemos algumas das raras avenidas sem retrocesso que foram abertas no nosso idioma, e as suas imagens que riscaram em qualquer cela ou muro os horizontes mais esfuziantes, numa ânsia de escapar desta terra desolada que fez da língua que falamos uma das que hoje têm…

    Mário Cesariny. Algumas vezes foi preciso matar