1932-2024. O poeta francês morreu no dia em que completou 92 anos.
No centenário de Herbert, a edição de uma abrangente antologia da sua obra poética, mostra-se um evento decisivo na nossa língua. Graças ao trabalho da tradutora, chega-nos, assim, uma voz que marca um contraste magnífico face à poesia que hoje se tem escrito em português.
O vencedor foi anunciado a 17 de outubro, data dos 100 anos do nascimento do poeta António Ramos Rosa
Mario Benedetti, poeta uruguaio, quis ser guarda-redes, mas o sonho morreu-lhe na infância
Cumprem-se este ano duas décadas da morte do poeta açoriano Emanuel Félix, subtil virtuoso e ‘faminto nostálgico do inacessível’. A sua poesia, recolhida num volume impressionante, é perpassada por um elemento de calma e fidelidade, como se pretendesse resguardar o tempo.
Poesia reúne os dois brevíssimos títulos publicados com um intervalo de 10 anos pela figura que entre nós exprimiu de forma mais sensível e inspirada, através de uma magnífica obra crítica e ensaística, o grau de impiedosa clareza que faz do poeta um ser tão odiado pelos farsantes que a cada momento dominam a cultura.
Expoente da geração de poetas brasileiros surgidos nos anos 1990, mantém uma relação privilegiada com o nosso país, e depois de alguns livros seus terem sido editados primeiro entre nós, chega agora em exclusivo uma antologia dos seus «poemas de amores».
Elevado a ‘consigliere’ no opressivo enredo cultural português, Mexia diz que já não se vê a romper noutra direcção, buscando novos caminhos para os seus versos. De ora em diante, reservar-se-á ao papel de antologiador sucessivo da obra, retocando o retábulo que já conhecemos.
A partir dos instrumentos de análise de Jean Baudrillard, que apontou para uma tentação de submeter o século XX a um processo de revisionismo e desinformação imparável, procuramos compreender como as comemorações dos 50 anos da revolução dos cravos procuram esvaziá-la de sentido, e como apenas exprimem uma forma de arrependimento.
A morte de Júdice a 17 de Março por agora só gerou o palavreado encomiástico próprio das brochuras mortuárias, mas seria importante recuar meio século e ter em conta como a sua estreia trouxe um ímpeto de renovação da poesia que pela última vez correspondeu a essa “primavera magnífica” que se espera da juventude.
A mais recente recolha de poemas de Quintais permite-nos traçar um retrato dos modos de abdicação e sujeição a que se abandonou muita da actual poesia portuguesa, julgando sinalizar o fim do mundo, quando era o mundo, na verdade, que parecia desertar das suas representações.
O poeta algarvio morreu este domingo, aos 74 anos, vítima de cancro. Depois de uma fulgurante estreia, e de ter sido central numa transição decisiva na poesia portuguesa, que soube arejar através da respiração da prosa, Júdice acabou escravizado enquanto escultor da sua própria estátua.