Cinquenta e seis antigos e atuais diretores de serviços de urgência haviam dito, na semana passada, num manifesto, que é indispensável a criação da especialidade tendo em consideração as “enormes insuficiências” da rede hospitalar.
Segundo o ministro da Saúde, na sexta-feira, ‘o funcionamento das urgências esteve relativamente calmo’. Porém, o cenário não parece assim tão tranquilo. Com hospitais com falta de serviços de pediatria e com longos tempos de espera.
Em Lisboa, o Hospital de Santa Maria continua a ser aquele onde o tempo de espera é mais elevado. Roque da Cunha, do SIM, diz que Governo tem de tomar medidas.
O tempo recomendado é de 60 minutos.
Hospitais Garcia de Orta, Fernando Fonseca e do Divino Espírito Santo são aqueles em que chefias já se demitiram. “Este grito de alerta deve ser valorizado seriamente pelo senhor ministro”, diz Roque da Cunha, do SIM.
Chefes de equipa tinham apresentado a demissão.
Os vírus respiratórios estão a ‘entupir’ as urgências e os tempos de espera aumentam. Esta terça-feira, os doentes urgentes com pulseira amarela esperavam 14 horas para serem atendidos no Santa Maria.
Nesta terça-feira, no Hospital de Santa Maria, os doentes com pulseira amarela esperaram 14 horas.
Centro Hospitalar do Oeste alega falta de ecursos humanos suficientes para o preenchimento da escala respetiva entre as 09 horas de 01 de novembro e as 09 horas de 02 de novembro
“Provavelmente, sendo alguém contratado, não sei se ficará com vontade de voltar a prestar serviço (…) Não sei se continuará a fazer turnos neste hospital”, frisa Maria João Tiago, dirigente do Sindicato Independente dos Médicos.
Os médicos afirmam que não é possível garantir a segurança da assistência hospitalar.
Hospital de Abrantes, o mais perto de si, tinha encerrado as urgências de obstetrícia.
“Há uns que baixam os braços, outros dizem que não há nada a fazer e que está tudo mal e há uns que fazem, como nós estamos a fazer”, sublinhaou a ministra da Saúde no final de uma visita às obras do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora.
O Executivo municipal pede que “em qualquer eventualidade, as portas da urgência pediátrica e da ginecologia e obstetrícia não se encontrem encerradas – seja no Hospital de Portimão, seja no Hospital de Faro”.
A confirmação parte da administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, que admite que este serviço vai encerrar mais noites.
ACSS vai emitir circular para encaminhamento de doentes não urgentes. Desde o início do ano representam 43% dos atendimentos nas urgências do SNS, mais de 7 mil casos por dia.
Por outro lado, a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do HDS esteve “ativa, não se registando constrangimentos”.
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo justificou a nova falha na rede com doença súbita de dois profissionais.