PSD e CDS celebram primeiro ano em separado

O PSD e o CDS assinalam hoje o primeiro aniversário sobre as eleições legislativas de 5 de Junho de 2011 separados, tal como foram a votos antes de formarem a coligação governamental.

se passos coelho optou por mobilizar os pesos-pesados do partido para dar uma prova de força e união, paulo portas optou pelo envio de uma carta a todos os militantes do cds no início desta semana, com o balanço deste primeiro ano e as perspectivas para o futuro, para comemorar a data.

o líder do psd desafiou nomes como francisco pinto balsemão, manuela ferreira leite, marcelo rebelo de sousa, marques mendes, rui rio, luís filipe menezes, rui machete, carlos pimenta, nuno morais sarmento, paulo rangel e alexandre relvas, entre muitos outros, para participarem numa jornada de 19 conferências, a realizar ao longo da semana, em vários pontos do país, sob o lema ‘consolidação, crescimento e coesão’.

o próprio presidente do psd vai participar hoje numa dessas conferências, em lisboa, no hotel sana, que serviu de palco à festa social-democrata na noite eleitoral do ano passado.

nestas iniciativas, os oradores vão falar sobre as principais reformas e medidas do governo no seu primeiro ano de exercício. e, para o efeito, a direcção do partido já começou a fazer um levantamento do que foi feito.

quanto ao cds, está ainda a preparar a criação de um grupo de trabalho que integrará também figuras independentes, para fazer uma avaliação externa dos compromissos eleitorais do partido e concluir tudo o que já foi cumprido. este grupo de trabalho ainda terá de ser aprovado em conselho nacional.

para a última semana de junho, altura em que se assinala um ano sobre a tomada de posse do governo (21 de junho), o cds está a preparar uma iniciativa que contará com uma intervenção de fundo do líder, em que paulo portas fará uma reflexão sobre o primeiro ano de governação e as medidas tomadas.

senadores dão ‘suficiente’ ao pm

na avaliação pedida pelo sol a figuras ‘senatoriais’, há opiniões desalinhadas sobre este primeiro ano.

ferro rodrigues, ex-líder do ps, apesar do ‘chumbo’ claro ao governo, deixa meio elogio a vítor gaspar. «portugal saiu dos títulos da imprensa internacional e do foco das agências de notação, em parte pela grave evoluções noutros países (espanha, grécia e itália), em parte pelo relacionamento do ministro das finanças com esses agentes».

do outro lado do espectro partidário, as questões sociais são um ponto negativo do primeiro ano de governação.

bagão félix critica o «excesso de tecnocracia que se sobrepõe à sensibilidade social». na linha do antigo ministro das finanças, mira amaral é directo: «o pior foram as explicações do primeiro-ministro sobre a oportunidade de estar desempregado». o governo tem um problema de comunicação, portanto.

à esquerda, carlos carvalhas, ex-líder do pcp, discorda da inabilidade estratégica de passos coelho. «infelizmente para portugal, o governo tem tido uma capacidade para pôr o ps a fazer ‘teatro oposicionista’ sobre o que é secundário, amarrando-o nas questões estruturais».

à ferroada nos socialistas, josé manuel pureza, antigo líder da bancada do be, prefere ‘atirar’ ao ministro álvaro: «melhor, só se for aquilo que nos fez rir: o cluster dos pastéis de nata».

chumbo à esquerda

sem surpresa, passos coelho ‘chumba’ à esquerda. manuel alegre, que não vê «nada de bom» no governo, dá-lhe 4 pontos em 10. nas personalidades da ala direita, passos passa com distinção. e o governo é elogiado pela «coragem, seriedade e coerência», por paulo teixeira pinto, autor do projecto de revisão constitucional do psd.

o acordo de concertação social é o principal destaque do ex-conselheiro de estado antónio capucho e do ex-ministro mira amaral. do ‘outro lado do espelho’, a esquerda sublinha a insensibilidade social e o desemprego.

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