por isso, a reacção do governo ao presidente foi contida e adjudicada a josé matos correia, um deputado que não está na direcção do partido. na são caetano, só há uma excepção: a vice de passos teresa leal coelho demarca-se «claramente e sem complexos» das críticas do pr à dita «espiral recessiva» que pôs em causa toda a estratégia de vítor gaspar: «não existe», declara.
nos bastidores, entretanto, há dirigentes do partido a acusar o presidente de «lavar as mãos como pilatos» ou de ter, com a sua assinatura, dado «enorme peso institucional» a uma decisão «que pode ser explosiva» para o governo.
no núcleo duro de passos coelho faz-se uma pergunta sacramental em surdina: e se os juízes decretarem a inconstitucionalidade de várias normas do oe? as respostas variam entre a «ingovernabilidade total do país» face à ausência de margem para tomar outras medidas; a «entrega das chaves» ao presidente – leia-se, demissão; ou a alternativa que ninguém acha possível de «voltar a aumentar impostos». «já tivemos um momento muito difícil no plano da motivação, agora também é preciso ter ânimo para isto», anota com desalento uma fonte social-democrata.
no cds há quem fale de um cenário «apocalíptico», em cima do corte previsto de quatro mil milhões na despesa. e mesmo entre os membros do governo contactados pelo sol, depois da decisão do pr, foram estas as expressões registadas. mas, claro, tudo depende do que chumbar no tribunal.
[actualizada às 13h37]
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david.dinis@sol.pt, manuel.a.magalhaes@sol.pt e helena.pereira@sol.pt