o sinal mais positivo veio – surpreendentemente – do ps. antónio josé seguro foi o primeiro a ir a belém. quando saiu, alguns colaboradores indicavam que tinha corrido bem. na prática, o líder socialista está disposto a aceitar eleições só em 2014, mesmo insistindo publicamente que as prefere já em setembro. a data pode, aliás, ser perfeita: é que seguro quer também negociar já as condições para sustentar o pós-troika. se o conseguir, garante o que lhe falta: uma base de estabilidade para quando formar governo. “temos de ser serenos. não é do ps que virá problema”, assegura álvaro beleza, dirigente do partido.
num ponto, porém, os socialistas não vão transigir: os cortes de quatro mil milhões no estado, que fazem parte do actual memorando, não terão o seu acordo. ontem, no parlamento, deixaram-no claro ao chumbar as duas primeiras medidas: o aumento do horário de trabalho no estado e as novas regras da mobilidade, que podem levar ao despedimento.
à direita, ninguém quis dar pretextos para que cavaco silva aumente a sua fúria contra o governo. perante o cartão avermelhado que receberam do presidente, os dois líderes acertaram-se no essencial: foram a belém procurar saber o que quer na realidade cavaco silva, depois de terem reunido as respectivas direcções partidárias, ambas à beira de uma crise de nervos. a decisão do presidente de abrir um diálogo a três, mas sobretudo de pré-anunciar o fim do governo em 2014, deixou quase todos em choque.
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david.dinis@sol.pt, helena.pereira@sol.pt e manuel.a.magalhaes@sol.pt