na declaração que fez ao país, moreira da silva começou por garantir estar de “consciência absolutamente tranquila” em relação às negociações entre os três partidos, que decorreram ao longo desta semana sem chegarem a bom porto.
“a mera consulta dos textos permite ajuizar o realismo dos partidos face ao nosso quadro de possibilidades, ajuizar o espírito de abertura face à necessidade de compromisso e ajuizar a ambição colocada em torno de respostas concretas e não vagas”, disse o dirigente social-democrata.
o coordenador da delegação do psd para as negociações tripartidárias sublinhou ainda que espera “alguns compromissos de curto prazo” até ficar concluído o programa de assistência da troika. “acreditamos na importância de encontrar algum compromisso de curto prazo” para a “conclusão do programa de assistência e regresso ao financiamento dos mercados, recuperando a plena soberania orçamental e financeira”, disse.
moreira da silva elencou depois algumas das propostas do psd para o acordo tripartido, disponíveis desde ontem, realçando a realização “de todas as diligências para um ajustamento do programa de assistência económica e financeira”, nomeadamente “quanto ao défice e à dívida”. um ajustamento que “não poderia aumentar a carga fiscal ou adiar a conclusão do programa” e onde ps estaria envolvido, desde que desse “apoio parlamentar” às medidas saídas dessas diligências.
“acreditamos na necessidade de, em conjunto, prosseguirmos uma estratégia de responsabilidade orçamental de médio e longo prazo e de reformas estruturais que transcendem uma legislatura”, disse o social-democrata.
no final da sua comunicação, jorge moreira da silva, voltou a lamentar a falta de acordo, mas afirmou “que os portugueses sabem que podem continuar a contar connosco”. aliás, “mais importante do que o desacordo entre os três partidos, é a garantia de estabilidade, de coesão e de empenhamento da coligação psd/cds-pp no cumprimento de objectivos celebrados por portugal e na criação de condições para o crescimento e emprego que importa destacar”, sustentou o primeiro vice-presidente do psd.
mencionando que em todas as coligações do mundo existem diferenças de opinião, que, no seu entender, o primeiro-ministro soube resolver rapidamente, o psd diz agora que é tempo de esperar pela avaliação de cavaco silva.
“aguardamos, naturalmente, com serenidade e confiança a avaliação que o senhor presidente da república fará da presente situação política”, concluiu.
