Rangel: Europeias serão teste à liderança do PS

Paulo Rangel, apresentado como cabeça-de-lista ao Parlamento Europeu, animou este sábado o Congresso do PSD, ao prometer várias vezes uma vitória nas eleições europeias.

“Vai ser um calendário hostil, uma campanha duríssima, tudo ou quase tudo está contra nós. Mas, apesar das dificuldades, vamos ganhar, vamos vencer”, afirmou. Será “uma missão de curto prazo e de grande alcance: ganhar as eleições europeias”, insistiu para júbilo dos congressistas.

Enérgico com o PS, Rangel acusou Seguro de “tacticismo” e “populismo light e delicodoce” e pediu aos portugueses que não vão atrás dos “cantos de sereia” dos socialistas porque estes, a seu ver, terminam sempre “em cantos do cisne”.

Fazendo um discurso de campanha, o candidato da lista conjunta PSD e CDS afirmou que as hesitações de António José Seguro “não podem pôr em risco a vida e o bolso dos portugueses” e desafiou-o a dizer o que pensa da saída do programa de resgaste. “Não podem andar a brincar aos cautelares e às saídas limpas. Desafio a dizer o que pensam e o que querem”, atirou.

“Insto o líder do PS a ter menos tacticismo, manobrismo , menos apetite pelo populismo”, afirmou, suscitando enormes aplausos na sala. “As eleições não vão ser um teste à coligação PSD-CDS mas à liderança hesitante do PS”.

Rangel tinha sido apresentado minutos antes como candidato por Passos Coelho, que destacou o facto deste “grangear de um enorme prestígio no Parlamento Europeu”. “Foi um grande cabeça-de-lista, fez uma grande campanha e não tenho dúvidas que vai fazer este ano igualmente uma grande campanha”, acrescentou Passos, levantando a sala.

A apresentação do nome de Rangel foi uma das novidades do Congresso esta tarde. O acordo para que o actual eurodeputado continuasse em Bruxelas foi selado entre Passos e Rangel no início de Dezembro, mas o anúncio foi protelado. Esta semana, dirigentes do PSD admitiam que a divulgação do cabeça-de-lista não tivesse lugar já no Congresso.

O caminho para a apresentação do nome Rangel foi feito também por Luís Filipe Menezes, a pessoa que teria mais razões de queixa em relação ao eurodeputado. Apoiantes de Menezes acusaram nos últimos meses Rangel de ter prejudicado a sua candidatura falhada ao Porto por causa da polémica sobre a lei de limitação de mandatos. Rangel defendeu sempre que Menezes não podia candidatar-se a um quarto mandato consecutivo. O Tribunal Constitucional haveria de dar razão ao ex-autarca de Gaia, em cima da campanha eleitoral.

“Eu escolheria para cabeça-de-lista para o Parlamento Europeu Paulo Rangel”, garantiu Menezes, quando foi falar ao púlpito, garantindo que não se move por “qualquer revanche”.

Estava aberto o caminho para uma candidatura ‘limpa’ de Rangel.

helena.pereira@sol.pt