Numa intervenção antecedida por um fado de Menita Rocha, de Rio Tinto, que pôs muitas centenas de socialistas a cantar, o secretário-geral do PS advertiu que apenas os socialistas estão em condições de derrotar as forças que apoiam o actual Executivo PSD/CDS: "Quanto mais votos tiver o PS, maior será a derrotada das forças do Governo", sustentou.
Traçando um cenário de bipolarização face ao significado nacional que terá o acto eleitoral do próximo dia 25, António José Seguro defendeu que é preciso "uma clarificação".
"A derrota do Governo tem de ser clara e só o PS – nenhum outro partido – pode estar em condições de infligir essa derrota. Por isso, todos aqueles que consideram que o país precisa de dizer não a esta política de cortes, não à política de empobrecimento e que basta de enganar os portugueses, todos os que querem uma mudança que coloque o país num horizonte de esperança, pois bem esse é o voto no PS", argumentou o líder socialista.
Depois de fazer um rasgado elogio sobre as qualidades cívicas e intelectuais do seu cabeça de lista, Francisco Assis, Seguro, ainda numa lógica de puxar pelo voto útil no PS, colocou um outro cenário dual sobre o que está em causa nas eleições para o Parlamento Europeu.
"No dia 25 de Maio a opção é simples: Quem considera, tal como [o primeiro-ministro] Pedro Passos Coelho e os seus candidatos, que o país está agora melhor do que há três anos, então só tem uma opção, que é votar no Governo; mas aqueles que consideram que, infelizmente, Portugal está pior e os portugueses estão mais pobres, então só têm uma possibilidade para derrotar o Governo, que é votar no PS, o único partido que pode derrotar a coligação PSD/CDS", disse.
Sem se referir ao PCP ou ao Bloco de Esquerda, Seguro procurou estabelecer uma linha de demarcação face às restantes forças de oposição ao Governo, advogando que os socialistas assumem um projecto de "mudança com responsabilidade".
"Podemos perder votos, mas aqui ninguém promete tudo a todos", acrescentou.
Lusa/SOL