"Ocorre que me identifico no essencial com o manifesto eleitoral do PS", revela Capucho numa missiva de apoio à candidatura socialista.
O Expresso noticiou hoje o apoio de António Capucho à candidatura encabeçada por Francisco Assis, sendo que esta manhã o antigo dirigente do PSD e o socialista vão ter um encontro no Estoril, no sexto dia oficial de campanha eleitoral para o Parlamento Europeu.
No texto de apoio à candidatura do PS, Capucho define-se como um "cidadão partidariamente independente" e considera que a coligação PSD/CDS que governa Portugal "afasta-se profundamente, na política interna e na estratégia europeia", do caminho que defende "para que o país possa ultrapassar a crise em que está mergulhado".
"De facto, o Governo persiste na austeridade excessiva que leva ao definhar da economia, ao agravamento de desemprego e ao empobrecimento dos portugueses, sem resolver os principais problemas estruturais do país, como decorre designadamente da incapacidade de formular uma estratégia consequente de reformas e de inverter o crescimento da dívida", sublinha o antigo ministro e antigo líder parlamentar social-democrata.
"Consequentemente, considero mesmo que a política governativa deve merecer nas urnas um claro voto de protesto por parte dos cidadãos eleitores", acrescentou o também antigo presidente da Câmara de Cascais.
Deixando elogios a Francisco Assis, que conheceu "mais de perto" quando ambos lideravam os respectivos grupos parlamentares na Assembleia da República, Capucho diz ter igual apreço "pela generalidade dos demais candidatos socialistas que integram uma lista corajosamente paritária", chamando a atenção para Maria João Rodrigues, que ocupa o segundo lugar, e que tem uma "visão prospectiva sobre a União Europeia" com a qual o antigo dirigente do PSD se diz identificar.
"Por tudo o que antecede, em consciência e em coerência, obviamente votarei PS", finda António Capucho a sua missiva de apoio à candidatura do PS ao Parlamento Europeu.
O Conselho de Jurisdição Nacional do PSD aprovou em Fevereiro a expulsão de António Capucho devido à sua candidatura autárquica em lista adversária do partido em 2013, a candidatura independente "Sintrenses com Marco Almeida", à Assembleia Municipal de Sintra.
Lusa/SOL