Elisa Ferreira, ex-ministra dos governos de António Guterres e "número quatro" da lista europeia socialista encabeçada por Francisco Assis, falava no comício do Porto, na Praça D. João I, numa tarde de calor, debaixo de um sol intenso.
"Quando a chanceler Merkel diz mata, os nossos colegas eurodeputados do PSD [integrados no Partido Popular Europeu] dizem esfola", sustentou Elisa Ferreira, dando como alegado exemplo a existência de penalizações ao nível dos fundos comunitários para os Estados-membros que não cumpram as metas do défice ou da dívida.
Elisa Ferreira deixou também duras críticas ao ex-primeiro-ministro Durão Barroso, dizendo que, ao contrário do tempo em que Jacques Delors foi presidente da Comissão Europeia, "Bruxelas não é agora uma barreira para atacar os países da coesão, defendendo a coesão e a solidariedade".
"Durão Barroso nada fez sem antes perguntar à senhora Merkel se podia fazer", disse, antes de se referir à situação económica e social nacional numa lógica de apelo contra a abstenção nas eleições do próximo dia 25.
"Podemos ficar em casa quando vemos que os nossos filhos são obrigados a emigrar para procurar emprego? Podemos ficar em casa quando os nossos pais ou avós são obrigados a penhorar as poucas jóias que receberam dos antepassados? Podemos ficar em casa quando há crianças a ir para a escola com fome? Podemos ficar em casa quando fecham sucessivamente empresas aqui na região do Porto?", perguntou a eurodeputada socialista.
Lusa/SOL