“Para dizer a verdade, acabou”, era assim que o autor de Complexo de Portnoy anunciava que Nemesis seria o seu 24.º e último romance, numa entrevista à revista francesa Les Inrockuptibles.
Agora, Roth assegura que a entrevista que passa esta semana na britânica BBC será a sua última. “Esta é a minha última aparição em televisão. A minha última aparição seja em que palco for”, garante, num tom bem-humorado de quem decide retirar-se aos 81 anos e no auge da sua fama literária.
O escritor de origem judaica afirma ter feito “o melhor que podia com o que tinha”, parafraseando o pugilista Joe Louis.
Na entrevista, filmada na sua casa em Manhattan, Philip Roth aparece num tom descontraído e fala sobre “a fama sexual” que lhe granjeou o romance O Complexo de Portnoy, explicando que chegava a receber centenas de cartas de admiradoras, algumas das quais em biquíni. “Tive muitas oportunidades de destruir a minha vida”, conta.
O autor brinca ainda com o entrevistador sobre o encontro que terá tido com a actriz Ava Gardener no 70.º aniversário do maestro Leonard Bernstein.
O momento é referido pelo entrevistador, mas a curiosidade do jornalista é inferior à sua discrição. E mesmo quando o enfant terrible literário o desafia a perguntar-lhe sobre Ava, a pergunta mais indiscreta fica por fazer. “Deixaremos isso para Blake Bailey [o biógrafo de Roth]”, limita-se a comentar.