“Sondagens são sondagens. Mas antes as sondagens melhores do que as piores. Mas nada está fechado. Até domingo, conto com o apoio de todos os camaradas porque vale a pena continuar. Não vale a pena convencer quem está convencido. Temos de mostrar que a nossa luta é séria, honesta e diferente dos outros”, disse o líder do PCP, em jeito de desafio para as dezenas de militantes que invadiram esta tarde a baixa de Lisboa.
Jerónimo de Sousa está confiante no resultado da CDU no domingo. Mas admitiu que tem um projecto para o futuro e que a luta não termina nas eleições para eleger os representantes para Bruxelas. Os comunistas, tal como todos os outros partidos que estão a jogo, fazem destas eleições um ensaio para o que há-de vir. O mesmo é dizer para as Legislativas de 2015, a manter-se o calendário previsto. Os comunistas pedem o “empurrão que falta para o Governo ir ao chão”. O resto, logo se vê.
Na descida desta tarde do Chiado, onde antes tinha estado o PS, a caravana comunista não deixou por mãos alheias a sua capacidade de mobilização. A máquina está oleada e não dá sinais de cansaço, na recta final da campanha. João Ferreira, número um da lista da CDU, é tímido mas não deixa de ser notada a sua passagem por quem vê passar a caravana Chiado a baixo até ao Rossio. Recebeu das mãos de uma senhora de avançada idade um ramo com cravos vermelhos. Sorriu e agradeceu o apoio. As senhoras gostam do candidato.
Mas é Jerónimo de Sousa quem mais rasga o sorriso em resposta às abordagens que recebe na rua. Mesmo com a pose institucional com que desceu o Chiado, ao lado de João Ferreira e à frente de Bernardino Soares, o autarca comunista de Loures que não quis faltar à tradicional descida do Chiado. Jerónimo é do povo e o povo gosta de Jerónimo.
No Rossio, num palco improvisado, foi tempo de discursos. João Ferreira ensaiou o balanço da campanha. “Foi uma grande campanha. Uma campanha de grande determinação que recusa apelos à desistência”. Sobre o futuro, Ferreira deixa a garantia: “Independentemente do resultado, no dia 26 continuamos a nossa luta”.