«Só falta um empurrão para o Governo ir ao chão». Os cânticos da Juventude Comunista animaram a noite eleitoral e deram o mote ao discurso de Jerónimo de Sousa, que viu na derrota da coligação PSD/CDS a porta aberta para reclamar eleições antecipadas.
Desta vez, não foi preciso reclamar vitórias morais. A CDU elegeu três deputados para o Parlamento Europeu. A coligação PSD/CDS teve o pior resultado de sempre e o PS perdeu expressão eleitoral. «Foi a derrota dos partidos da troika», anunciou Jerónimo.
Jerónimo de Sousa quer capitalizar aquela que foi «a mais expressiva vitória dos últimos 25 anos» da CDU. E vai fazê-lo já esta semana com uma moção de censura ao Governo no Parlamento.
O ataque à «política de direita» estendeu-se, porém, ao PS e ficou claro que não há margem para entendimentos com os socialistas.
Jerónimo de Sousa não perdeu a oportunidade de considerar «inevitável» que a oposição vote ao lado do PCP na moção de censura, sem querer responder de forma clara sobre se gostava de contar ou não com o apoio do PS.
«Não há mão que segure este Governo», declarou Jerónimo, entusiasmado com os resultados da noite eleitoral, para depois lembrar a «cumplicidade» que liga Cavaco ao Governo.
Há muito tempo que não se via uma festa assim no Hotel Vitória, a sede de campanha da CDU, onde depois do anúncio dos resultados às 22h, continuavam a chegar militantes.
João Ferreira, o cabeça-de-lista da CDU, falou mesmo num «grande resultado da CDU», sublinhando que esta força política subiu de dois para três eurodeputados, numa altura em que Portugal perdeu um representante no Parlamento Europeu.