Ao início da tarde, explicou à comunicação social a sua decisão. O socialista diz que se demitiu para não estar "condicionado a uma lealdade funcional" e assim "poder exprimir claramente" a sua opinião. E por discordar da opinião de alguns colegas seus da direcção de não querer convocar um congresso.
"Se é inequívoco que o PS ganhou, não é menos verdade que à derrota da direita não houve uma mobilização do eleitorado", afirmou sobre o resultado eleitoral das europeias. O PS tem ambição de poder e alternativa estável, por isso tem que ter "liderança galvanizadora e mobilizadora", "devolvendo a palavra e decisão aos militantes".
Lacão, que chegou para falar aos jornalistas acompanhado de Pedro Nuno Santos (um apoiante de Costa), é um militante histórico do PS — como o próprio aliás invocou. Foi ministro nos governos de José Sócrates, é próximo de António Costa e entrou na direcção socialista após o acordo entre Seguro e Costa, o ano passado, que levou a que Costa desistisse de avançar para a liderança.
A demissão de Lacão é mais um elemento de pressão para a convocação de um congresso extraordinário e de eleições directas para a liderança do PS. Até agora, Seguro tem resistido a iniciar o processo, o que obriga a candidatura de Costa a reunir a maioria das federações para provocar um congresso extraordinário.
(notícia actualizada às 15h44)