"Às vezes, até é bom que determinado tipo de mitos caiam e, talvez, se houvesse um pouco mais de debate público e político, esses mitos não existiam", declarou Luís Filipe Menezes aos jornalistas, à margem da reunião do Conselho Nacional do PSD, que decorre num hotel de Lisboa.
Referindo-se à Câmara Municipal de Lisboa, o social-democrata alegou que António Costa é "presidente da câmara mais endividada do país, com 518 euros por habitante, contra 180 euros por habitante do Porto, 213 euros por habitante de Gaia".
O ex-presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia acrescentou que António Costa "gere uma câmara que tem nove mil funcionários, o maior rácio de funcionários por habitante do país", concluindo: "Não é deste tipo de rigor que nós precisamos para a vida política portuguesa".
"É bom que alguns mitos caiam, se calhar até era interessante que acontecesse alguma coisa no PS", reiterou.
Luís Filipe Menezes ressalvou, contudo, que defende a "estabilidade política em geral" e considerou que "não é bom sinal" que um partido do arco da governação, após duas vitórias eleitorais, "entre numa cavalgada de divisões internas profundas que traduzem essa instabilidade".
Segundo o social-democrata, "essa divisão também traduz um certo ressuscitar da anterior maioria do PS" liderada por José Sócrates, "porventura a principal responsável pela situação de crise dramática a que o país chegou".
Luís Filipe Menezes afirmou ainda que a coligação PSD/CDS-PP teve "uma derrota" nas eleições europeias de domingo, mas pode vir a "reeditar uma vitória eleitoral" e não teme "enfrentar qualquer líder do PS" nas legislativas.
Lusa/SOL