Jardim está há mais tempo no poder do que Salazar

O presidente do Governo Regional da Madeira é desde hoje o político português há mais tempo no poder. Alberto João Jardim acumula 36 anos e 85 dias de governação, mais um dia que Oliveira Salazar, que governou o país entre Julho de 1932 e Setembro de 1968.

Jardim está há mais tempo no poder do que Salazar

Para Jardim, o dia de hoje não lhe diz "nada de especial", embora reconheça que tem de "agradecer à população" a confiança que nele depositou: desde 1976, já ganhou dez eleições legislativas regionais consecutivas. O madeirense de 70 anos, que assumiu a presidência do Governo Regional, a 17 de Março de 1978, recusa qualquer comparação com o líder do governo durante o Estado Novo: "Enquanto o dr. Salazar estava numa posição ditatorial, eu estive sempre eleito pelo povo. Estou mais legitimado que o dr. Salazar".

Foi durante os seus mandatos que a Madeira abriu túneis, ergueu viadutos e pontes, concretizou vias rápidas que hoje tornam mais fáceis, seguras e céleres as ligações rodoviárias entre o sul e o norte ou o leste e o oeste da ilha. A construção de centros de saúde, escolas e outras infraestruturas colectivas em cada um dos 11 concelhos do arquipélago, a expansão do aeroporto, ou o aumento do Produto Interno Bruto 'per capita' na Madeira, são outros pontos que merecem os aplausos no arquipélago.

Ao mesmo tempo, é acusado de promover na região uma "política do betão" e de favorecer o 'lobby' da construção, descurando os restantes sectores produtivos.

O governante madeirense, que continua a reivindicar mais competências legislativas para a Região, defendendo a autonomia fiscal e uma solução federalista para a Madeira, é também responsabilizado por a ter colocado debaixo de um plano de austeridade ditado por um Programa de Ajustamento Económico e Financeiro devido a uma dívida regional de 6,3 mil milhões de euros, da qual diz não se arrepender e que foi feita "na altura certa, porque hoje não há dinheiro".

A governação de Alberto João Jardim, por outro lado, foi marcada por vários momentos de crispação com o Governo de Lisboa. É polémica a forma como tem classificado algumas das principais figuras políticas do país: do presidente da república, a quem chamou "senhor Silva", ao ex-primeiro-ministro António Guterres, apelidado de "mula da cooperativa". Já José Sócrates é o "pior primeiro-ministro que Portugal já conheceu".

Alberto João Jardim é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, tendo sido professor nos ensinos técnico e secundário. Foi director do Centro de Formação Profissional da Madeira e jornalista, tendo dirigido o diário Jornal da Madeira.
Cofundador na Madeira do PSD, é presidente da sua Comissão Política Regional e é, desde 1976, eleito deputado à Assembleia da República e à Assembleia Legislativa da Madeira, onde esteve um ano e meio como líder da bancada social-democrata.
É membro do Conselho de Estado, do Conselho Superior de Defesa Nacional e do Conselho Superior de Segurança Interna. Integra ainda o Comité das Regiões da União Europeia

Para Jardim, o dia de hoje não lhe diz "nada de especial", embora reconheça que tem de "agradecer à população" a confiança que nele depositou: desde 1976, já ganhou dez eleições legislativas regionais consecutivas. O madeirense de 70 anos, que assumiu a presidência do Governo Regional, a 17 de Março de 1978, recusa qualquer comparação com o líder do governo durante o Estado Novo: "Enquanto o dr. Salazar estava numa posição ditatorial, eu estive sempre eleito pelo povo. Estou mais legitimado que o dr. Salazar".

Foi durante os seus mandatos que a Madeira abriu túneis, ergueu viadutos e pontes, concretizou vias rápidas que hoje tornam mais fáceis, seguras e céleres as ligações rodoviárias entre o sul e o norte ou o leste e o oeste da ilha. A construção de centros de saúde, escolas e outras infraestruturas colectivas em cada um dos 11 concelhos do arquipélago, a expansão do aeroporto, ou o aumento do Produto Interno Bruto 'per capita' na Madeira, são outros pontos que merecem os aplausos no arquipélago.

Ao mesmo tempo, é acusado de promover na região uma "política do betão" e de favorecer o 'lobby' da construção, descurando os restantes sectores produtivos.

O governante madeirense, que continua a reivindicar mais competências legislativas para a Região, defendendo a autonomia fiscal e uma solução federalista para a Madeira, é também responsabilizado por a ter colocado debaixo de um plano de austeridade ditado por um Programa de Ajustamento Económico e Financeiro devido a uma dívida regional de 6,3 mil milhões de euros, da qual diz não se arrepender e que foi feita "na altura certa, porque hoje não há dinheiro".

A governação de Alberto João Jardim, por outro lado, foi marcada por vários momentos de crispação com o Governo de Lisboa. É polémica a forma como tem classificado algumas das principais figuras políticas do país: do presidente da república, a quem chamou "senhor Silva", ao ex-primeiro-ministro António Guterres, apelidado de "mula da cooperativa". Já José Sócrates é o "pior primeiro-ministro que Portugal já conheceu".

Alberto João Jardim é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, tendo sido professor nos ensinos técnico e secundário. Foi director do Centro de Formação Profissional da Madeira e jornalista, tendo dirigido o diário Jornal da Madeira.

Cofundador na Madeira do PSD, é presidente da sua Comissão Política Regional e é, desde 1976, eleito deputado à Assembleia da República e à Assembleia Legislativa da Madeira, onde esteve um ano e meio como líder da bancada social-democrata.

É membro do Conselho de Estado, do Conselho Superior de Defesa Nacional e do Conselho Superior de Segurança Interna. Integra ainda o Comité das Regiões da União Europeia

Lusa/SOL