O presidente do Conselho Económico e Social, que preside este ano às cerimónias do 10 de Junho mostrou-se preocupado com o clima de falta de vontade que parece assombrar o Portugal em crise.
"O que inquieta é sabermos que esses cidadãos correm o risco de perder a confiança", alertou Silva Peneda.
"O horizonte visto de cima não augura calmaria, apresenta desafios", disse, explicando que o país precisa de fazer uma ruptura com o passado, construindo um novo modelo económico que não se baseie em crédito fácil e bens não transaccionáveis.
A descentralização e as políticas de apoio à natalidade foram outros dos desafios identificados por Silva Peneda, que não quer passar para as gerações futuras "as nossas impossibilidades actuais".
Silva Peneda alertou ainda para a necessidade de reformar as instruções, para que elas "não definhem", lembrando a importância de refundar a União Europeia dando importância a questões sociais e não apenas às questões do défice.
"As dificuldades da UE podem ser ultrapassadas se as suas instituições se transformarem em máquinas de consenso", declarou, lembrando que a obsessão apenas pelos mercados fará com que as dificuldades que enfrenta a Europa se agravem.
Num discurso marcado pela necessidade de conjugar os aspectos financeiros com aspectos sociais, culturais e até ambientais, Silva Peneda abriu a cerimónia civil do 10 de Junho na cidade da Guarda.