"É muito importante que isto seja percebido. O que nós deixámos foi de ter condições para receber a última ‘tranche'. Por cerca de duas semanas acabámos por não poder alcançar esse resultado", afirmou Maria Luís Albuquerque na Assembleia da República.
No dia de 30 de Maio, o porta-voz do PSD, Marco António Costa, tinha defendido que a decisão do Tribunal Constitucional sobre o Orçamento do Estado para 2014 fosse divulgada apenas depois de 16 de Junho para não prejudicar o fecho do programa de assistência.
A ministra das Finanças sublinhava assim, como tinha feito após o Conselho de Ministros, a ideia segundo a qual o executivo "não decidiu prescindir da última ‘tranche’ da ajuda externa.
"O estado português precisa de financiamento porque continua a ter défice, o que o Governo português decidiu hoje foi que, não sendo possível adoptar as medidas até ao dia 30 de Junho e não sendo adequado e proporcionado pedir uma extensão que significaria a reabertura do programa e a perda de credibilidade, isso tem como consequência não poder receber a última ‘tranche', argumentou.
De acordo com a ministra, "os sacrifícios valem a pena e a prova disso é que o Governo hoje teve a liberdade de decidir não reabrir o programa".
"É uma liberdade que só nos foi concedida porque, com a determinação dos portugueses ao longo dos últimos três anos, recuperámos credibilidade, recuperámos acesso a mercado e temos uma opção que nos últimos três anos não tivemos", afirmou.
Na conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, a ministra de Estado e das Finanças tinha comunicado a "decisão de não solicitar nova extensão que reabrisse o programa com a 'troika' e, consequentemente, de não poder receber o último reembolso do empréstimo do programa", invocando uma "questão de calendário" relacionada com a apreciação de normas orçamentais pelo Tribunal Constitucional.
Lusa/SOL