"Não posso excluir nenhuma medida, porque o país não pode deixar de atingir as metas a que se propôs", disse aos jornalistas Pedro Passos Coelho no final do segundo dia das "Jornadas de Trabalho" do Partido Popular Europeu (PPE), que decorrem até quarta-feira em Albufeira.
O primeiro-ministro indicou que no próximo Conselho de Ministros, que decorrerá ainda esta semana, o Governo vai discutir mais medidas para compensar o chumbo do Tribunal Constitucional e garantir o cumprimento das metas orçamentais.
Questionado sobre se entre essas medidas está mais um aumento de impostos, Passos Coelho sublinhou que o Governo "não pode recusar quaisquer medidas", salientando que "de cada vez que uma medida de poupança de despesa não é possível de prosseguir, o Governo não tem outra possibilidade que não a de ir pelo lado da receita".
O líder do PSD exemplificou com o chumbo do Tribunal Constitucional às reduções nos subsídios de férias e de Natal no ano passado: "Nesse sentido, o Governo teve de aumentar o IRS".
Para Passos Coelho, "o resultado é sempre mais negativo para a economia do país do que o inicialmente previsto" pelo Governo.
O primeiro-ministro avisou ainda que Portugal "voltará a ter juros mais altos e dificuldades de financiamento" no dia em que o país "começar a faltar aos compromissos" e achar que as metas que impõem a redução do défice e da dívida "já não são para valer".
Passos Coelho considerou ainda que se hoje o país "tem acesso a liquidez no mercado", isso deve-se ao resultado de políticas europeias que foram prosseguidas, mas "deriva também da credibilidade" que o país foi conquistando.
Lusa/SOL