Iraque: Depois de sunitas e xiitas, a crise é entre curdos e turcomenos

O Iraque ameaça desintegrar-se numa tempestade perfeita de violência sectária. Depois dos radicais sunitas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL, ou ISIS, na sigla inglesa) terem tomado de assalto boa parte do país, massacrando centenas ou mesmo milhares de xiitas, é a vez da comunidade turcomena de Kirkuk se erguer contra as…

Iraque: Depois de sunitas e xiitas, a crise é entre curdos e turcomenos

Segundo a al-Jazeera, a Frente Turcomena do Iraque anunciou na segunda-feira a formação de uma nova milícia armada na cidade de Kirkuk, norte do país, e prometeu combater as autoridades interinas curdas caso estas não devolvam o poder ao governo central iraquiano.

No dia 12, os peshmergas curdos assumiram o controlo de Kirkuk depois da fuga em massa dos militares iraquianos perante o iminente avanço do ISIL. O governo regional curdo diz não ter qualquer intenção de devolver a cidade a Bagdad.

Situada perto de enormes campos petrolíferos, Kirkuk é uma localidade de grande importância histórica, cultural e económica para os curdos do Iraque. No entanto, é também morada para turcomenos, assírios e árabes sunitas.

Os turcomenos do Iraque – sem relação directa com os habitantes do Turcomenistão – são um povo turcófono, com profundas ligações históricas à Turquia e uma língua próxima do azeri. Formam uma comunidade estimada entre meio milhão e três milhões de indivíduos que se encontra dividida entre a assimilação por grupos mais influentes como os curdos ou os árabes e processos de afirmação dirigidos por movimentos políticos com projectos autonomistas.