Num longo texto publicado online, Giordani – um marxista ortodoxo e austero, conhecido como ‘o Monge’ – acusou Maduro de desfazer os ganhos das políticas de Hugo Chávez e de não conseguir controlar o Governo. “É doloroso e preocupante ver uma presidência que não transmite liderança”. Nas entrelinhas, o restante Executivo é acusado de corrupção e de incompetência.
Giordani esteve 12 anos à frente do Planeamento e era um dos mais destacados conselheiros de Chávez. Era o responsável máximo pelo sistema de controlo da divisa e da formação dos preços, mas perdeu influência nos últimos meses junto de Maduro, à medida que a inflação alcançou os 60% e que o bolívar se desvalorizou mais de 50%. O Presidente está à procura de um novo rumo para a economia do país, através de reformas económicas.
Mas Giordani não está sozinho do lado dos chavistas. Sindicalistas e outros antigos homens próximos de Chávez saíram a terreiro criticar as políticas do ex-motorista de autocarros. Inclusive trabalhadores do sector automóvel, em paragem forçada porque as fábricas não conseguem importar peças, avisaram Maduro de que vão defender os postos de trabalho como antes defenderam a revolução.
“Sou apenas um filho de Chávez a tentar completar a tarefa que ele me deixou de uma maneira honesta, humilde, e trabalhando todos os dias para me manter leal”, Maduro respondeu aos críticos.