"O senhor Presidente da República ainda é a lufada de ar fresco, na minha opinião, neste choro e ranger de dentes que vai no país", reagiu Jardim quando questionado sobre o papel do Presidente da República no último Conselho de Estado.
Jardim falava à margem da 59.ª edição da feira Agropecuária do Porto Moniz, concelho nortenho da ilha da Madeira.
Questionado sobre o comunicado final da reunião de quinta-feira do Conselho de Estado, Jardim disse que não esperava consensos.
"Eu não estou à espera de consensos, isto tem de ser resolvido e os consensos são mais água estagnada", afirmou.
No entanto, Jardim considerou que Cavaco Silva "tem feito uma intervenção na melhor das boas-fés".
O Conselho de Estado exortou "todas as forças políticas e sociais" a preservarem "pontos de diálogo construtivo" e a empenharem "os seus melhores esforços na obtenção de entendimentos quanto aos objectivos nacionais permanentes".
Jardim recordou ainda que a sua posição na política nunca foi consensual, defendendo também não ser possível, neste momento, um entendimento.
"Eu sou por uma definição das coisas porque todas as coisas têm a sua lógica subjacente", disse, dando também como exemplo a situação na União Europeia.
"O grande mal da União Europeia tem sido viver num consenso permanente entre o Partido Popular Europeu e a Internacional Socialista, não é carne nem é peixe e chega-se a estas situações de compromissos, mas que não são carne nem peixe e a médio e longo prazo elas não têm consistência para funcionar", salientou.
Lusa/SOL