CPLP: Cimeira de Díli prepara parcerias no sector agro-alimentar

Os Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vão partilhar conhecimentos e tecnologia no sector agro-alimentar e pretendem candidatar projectos a financiamentos internacionais, adiantou o director de cooperação da organização lusófona. 

CPLP: Cimeira de Díli prepara parcerias no sector agro-alimentar

O projecto 'Plataforma SKAN CPLP' é uma das iniciativas em debate na reunião sobre cooperação da comunidade, a decorrer em Díli nesta quinta e sexta-feira, dias antes da cimeira de chefes de Estado e de Governo, que terá lugar na capital timorense no próximo dia 23.

"Esta plataforma pretende estabelecer de uma forma transversal a disponibilização de tecnologias e experimentações no sector agro-alimentar e na segurança alimentar e nutricional que têm sido implementadas com sucesso nos nossos Estados-membros", explicou Manuel Lapão.

A Plataforma SKAN foi criada em Portugal no início do ano para promover a partilha de conhecimento e tecnologia portuguesas empresas e instituições de toda a Europa, África e América Latina nos sectores agrícola, alimentar e florestal, sendo agora estabelecida ao nível dos países da comunidade lusófona.

"Queremos criar uma rede de partilha para que estas experiências fiquem claramente definidas nos seus aspectos relevantes e nos aspectos que correram menos bem para que aqueles que vão agora iniciar as suas estratégias possam perceber o que correu menos bem e adaptar-se aos obstáculos, para não ter de passar por eles", disse o responsável. 

No âmbito deste projecto, os Estados-membros poderão partilhar entre si "um conjunto muito significativo de tecnologia", numa "lógica de redução de encargos e de conseguir a sustentabilidade do sistema", referiu.

Por outro lado, este projecto pressupõe um trabalho conjunto entre os oito países da CPLP para concorrerem ao financiamento disponível a nível internacional, procurando "alguma vantagem" face a candidaturas individuais, adiantou Manuel Lapão.

Na reunião de pontos focais de cooperação da CPLP, os países vão discutir o modelo de cooperação até 2016, tendo em conta o debate internacional que decorre actualmente sobre o futuro nesta área, no cenário pós-2015, quando termina o prazo dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio definidos pelas Nações Unidas. 

"Vamos tentar perceber o que é que a agenda do desenvolvimento vai trazer de novo. O debate está entre a criação de novos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio ou se deve manter-se a mesma listagem, mas criar ao lado os objectivos de desenvolvimento sustentável. Na reunião vai-se procurar perceber qual é o posicionamento que os Estados-membros têm defendido e depois procurar uma posição de consenso", disse o responsável de cooperação.

A cooperação no âmbito da CPLP — onde Portugal e Brasil são os principais parceiros a nível bilateral e os restantes países beneficiam de programas das agências das Nações Unidas — tem sido articulada de forma a aproveitar as sinergias da cooperação internacional, regendo-se em torno de planos estratégicos na área da saúde, ensino, segurança alimentar e igualdade de género. 

"Para já, o plano indicativo até 2016 prevê um conjunto de actividades muito transversal, sob o chapéu da capacitação, da formação, da educação para o desenvolvimento, dos direitos humanos e da educação para a cidadania", afirmou Lapão.

Lusa/SOL