Após nove dias de conflito, 204 palestinianos foram mortos e 1450 foram feridos, segundo relatos das autoridades da Palestina. Do lado israelita, um homem foi morto e várias pessoas ficaram feridas.
A intensificação da ofensiva de Israel começou um dia depois de o país ter aceitado as tréguas propostas pelo vizinho Egipto – proposta que previa o início de conversações para um cessar-fogo de longo prazo e para uma redução do bloqueio à fronteira de Gaza, há sete anos mantido por Israel e Egipto.
O Hamas rejeitou este plano e disparou mais rockets para o outro lado da fronteira. O grupo islâmico admite que o aligeirar do bloqueio à fronteira de Gaza é essencial à sobrevivência, mas desconfia da imparcialidade dos actuais líderes egípcios que no ano passado depuseram um Governo pro-Hamas.
Após o colapso dos esforços do Cairo, o primeiro-ministro israelita Benjamin Benjamin Netanyahu avisou o Hamas que iria pagar um preço alto pela rejeição das tréguas.
Hoje, no site do Ministério do Interior de Gaza lê-se que a aviação israelita avançou com dezenas de ataques aéreos antes desta madrugada, tendo como alvo 30 casas, incluindo as de altos dirigentes do Hamas como Mahmoud Zahar, Jamila Shanti, Fathi Hamas e Ismail Ashkar.
Zahar teve um papel importante na Batalha de Gaza, em 2007, quando o Hamas ganhou o poder à Fatah. Os outros três dirigentes são membros do Parlamento palestiniano, eleitos em 2006. Muitos líderes do Hamas estão escondidos desde o início da ofensiva.
Ao mesmo tempo que levava a cabo os ataques aéreos, Israel enviou um aviso a dezenas de milhar de residentes na cidade de Beit Lahiya e de alguns bairros da Cidade de Gaza, todos perto da fronteira israelita. O aviso, para abandonarem as suas casas até às 8 da manhã, foi feito através de chamadas telefónicas automáticas, mensagens de telemóvel e folhetos atirados de aviões.
O exército israelita anunciava a sua intenção de bombardear essas áreas, justificando a ofensiva com o grande numero de rockets disparados a partir daqueles locais. “Quem ignorar este avisos e não evacuar imediatamente, põe em perigo as suas vidas e as dos seus familiares”, lê-se na mensagem.
Durante a manhã, centenas de residentes dos bairros da Cidade de Gaza caminhavam pelas ruas, carregando sacos com pertences. Algumas mulheres e crianças choravam, parecendo aterrorizadas.