"Não vou voltar tudo à estaca zero. Vou fazer aquilo que o bom senso exige. Vou trabalhar com os presidentes de Câmara e perguntar se no seu concelho a reorganização feita está a funcionar ou não. Onde está funcionar bem e as pessoas estão satisfeitas e contentes é para manter. Mas onde está a funcionar pior e as pessoas têm menos serviços então é preciso rever essa situação, de modo a que as pessoas sejam melhorar tratadas e sejam melhor servidas", sustentou António José Seguro.
Num encontro com mais de 200 militantes e simpatizantes do Partido Socialista, em Vila Nova de Cerveira, Seguro afirmou não ser contra a reorganização administrativa das freguesias, mas contra a que está em vigor.
"Foi feita por gente que não conhece o país. Foi feita a régua e esquadro a partir da tal corte de Lisboa e do Terreiro do Paço que quer impor uma reorganização sem ouvir as populações e isso é inaceitável e tem que ser corrigido", afirmou o líder socialista.
O "compromisso" foi assumido perante vários autarcas do distrito de Viana do Castelo como exemplo de "nova forma de fazer política".
"É uma nova forma de fazer política que pressupõe prometermos o que temos a certeza de puder cumprir", afirmou o secretário-geral do PS, que disse não aceitar a ideia "que alguns defendem de que é melhor fechar freguesias com 300, 500 ou 600 pessoas".
"Nessas freguesias as pessoas já viram partir a escola primária, a extensão de saúde, o posto da GNR e o posto de correios. A única ligação que existe entre essas pessoas e o Estado é a junta de freguesia. Não é por uns míseros euros que devemos abandonar essas pessoas à sua sorte, devemos estar com elas no momento em que mais precisam de ajuda e apoio", sublinhou.
Para não faltar apoio a essas freguesias, Seguro defendeu a necessidade de "acabar com os privilégios na sociedade portuguesa para combater as desigualdades.
"Num país onde ainda há alguns com tantos privilégios e onde se gasta dinheiro desnecessário e não se faz uma justa avaliação de opções erradas, como aconteceu nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, não venham desculpar-se com as juntas de freguesias do nosso país. Comecem por onde devem", rematou.
Lusa/SOL