Se nas zonas balneares do litoral os banhistas devem ter especial cuidado – “sobretudo nas da costa ocidental, onde os temporais deste Inverno se fizeram sentir com mais intensidade e a morfologia junto à linha de costa sofreu alterações consideráveis”, como explica Nuno Leitão, do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) -, as praias fluviais também requerem mais atenção.
“Nas águas dos rios do interior também é provável que tenha havido transporte de areias de um sítio para o outro com o mau tempo do Inverno”, alerta Alexandre Tadeia, da Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores (FEPONS). Por isso, continua, “nestas praias, incluindo as que não estão classificadas como fluviais (ou seja, não são concessionadas nem vigiadas), devem haver cuidados redobrados”.
Na verdade, as zonas de banhos do interior – em rios, albufeiras e piscinas – são todos os anos responsáveis por mais mortes por afogamento do que as do litoral. “Segundo os últimos dados disponíveis, em 2009 morreram 16 pessoas nas praias do litoral, enquanto nas águas interiores houve 21 afogamentos”, lembra o presidente da FEPONS, lembrando que “é mais difícil flutuar em água doce do que nas águas salgadas”.
Segundo o balanço feito a 1 de Julho pelo ISN, este ano verificou-se uma morte por afogamento numa praia da Costa da Caparica, pelas 21h30 (uma hora em que a praia já não está vigiada). No interior, ainda não há registos de afogamentos.
Um milhão de euros para busca e salvamento
O ISN disporá este ano, para operações de busca e salvamento junto à costa, de “um milhão de euros para gastos de operação e manutenção”, “em linha” com os montantes atribuídos em 2013 e 2012 – assegurou ao SOL o adjunto do ministro da Defesa, Nuno Maia.
Dessa verba, contudo, até dia 5 de Julho tinham sido afectos àquele organismo 445.497 euros, de um total previsto de 472.685 euros, para assegurar a sua “operacionalidade durante a época balnear”. O valor é “idêntico ao do ano passado” e “suficiente para assegurar” o funcionamento do organismo, garante a mesma fonte: “Todos os meios do ISN estão operacionais e são os adequados para o nível de risco identificado pelas autoridades competentes, nomeadamente o próprio instituto, que serve de modelo a vários outros países”.
A verba prevista para investimentos sofrerá, contudo, uma diminuição de quase 700 mil euros, justificada pelo facto de a Autoridade Marítima Nacional (AMN), organismo de que depende o ISN, “não prever a aquisição de novas embarcações de salvamento marítimo”, ao contrário do que aconteceu em 2013 – ano em que a AMN completou um plano de investimentos que incluiu a “aquisição de seis novas embarcações e reconstrução de duas estações salva-vidas, em Leixões e Ferragudo”. Este ano, essas “necessidades não foram identificadas”.