“Uma Agenda para a Década” apresentada hoje por António Costa, no Largo do Rato, centra-se em quatro eixos: valorizar os recursos (as pessoas, o território e a lusofonia); modernizar as empresas e o Estado; investir no futuro (ciência, educação e cultura); fortalecer a coesão social.
Questionado sobre porque é que temas como a dívida e o défice não estavam incluídos nesta agenda, Costa afirmou que “nenhum país pode mobilizar-se em torno de objectivos do dia de amanhã sem ter sentido quanto ao futuro”. Para o presidente da Câmara de Lisboa estas são “questões instrumentais e não estratégicas para o país” e, portanto, “não se devem sacrificar problemas estruturais a objectivos de curto prazo”.
“A prioridade é a perspectiva sobre o futuro do país, o sentido onde queremos ir e a identificação dos problemas estruturais. Há quem entenda que começou na dívida, eu entendo que começou na falta de competitividade da economia e na falta de adaptação ao choque competitivo, por exemplo, com a entada no euro e o alargamento a Este da União Europeia”, concluiu Costa.
Esta agenda tem como objectivo servir de base para um “acordo de concertação social estratégico”.
António Costa afirmou que as eleições primárias são “só a primeira etapa”, frisando que depois disso haverá directas para Secretário-Geral do partido, Congresso e eleições legislativas. Nesse trajecto, Costa irá produzir vários documentos programáticos: além da Agenda para a Década, será ainda apresentada uma moção até 15 de Agosto que servirá de orientação política e base da candidatura às primárias, uma moção ao Congresso e depois um programa de Governo.
Será nessa moção de base das primárias que Costa afirma que apresentará as suas ideias sobre a Europa, nomeadamente a necessidade de uma “leitura inteligente do Tratado Orçamental”.
O socialista apresentou, ainda, os temas e personalidades que farão parte da Convenção Nacional deste sábado, em Aveiro. Haverá nove painéis com temas desde o mar, a modernização do tecido empresarial, o reforço da coesão social passando pela Lusofonia e Cultura. O escritor José Eduardo Agualusa e o sociólogo Boaventura de Sousa Santos constam entre os convidados.