Até Dezembro, António Costa tem de alienar prédios e terrenos no valor de 131 milhões de euros para cumprir o que está no Orçamento.
Na lista de activos a vender, estão 15 prédios e cinco terrenos, cuja alienação é explicada, num documento interno da Câmara a que o SOL teve acesso, como sendo “não estratégicos” e descritos como “não essenciais para o cumprimento das missões da autarquia”, “em risco de desvalorização” e com “potencial elevado de valorização”.
Entre os prédios que a Câmara conta vender até ao final de 2014, está o edifício da Rua do Ouro e o Palácio Marquês de Tancos.
Entre os cinco terrenos que serão postos à venda por hasta pública, o mais valioso é do Benfica, onde está o quartel dos Sapadores Bombeiros, junto ao Hospital da Luz. A Câmara conta arrecadar cerca de 15 milhões de euros com a sua venda, mas a proposta de hasta pública não irá já amanhã à Assembleia Municipal, ficando pendente da aprovação do Plano de
Pormenor que vai permitir a valorização do terreno, atribuindo-lhe o índice de edificabilidade máxima.
A realizar-se encaixe previsto com estas vendas, a Câmara de Lisboa vai compensar um aumento de 80 milhões de euros na dívida, em 2013.
O vice-presidente da autarquia, Fernando Medina já justificou publicamente este aumento com a assunção das dívidas da EPUL e da Parque Expo pela Câmara.
Mas a Câmara de Lisboa tem outros problemas para resolver, já que os seus capitais próprios reduziram-se em 2013 em 21,5 milhões de euros e os encargos com o pessoal subiram 8,5 milhões.
Entre 2012 e 2013, as receitas da autarquia de cerca de 832,7 milhões de euros para 546,4 milhões, cifrando-se no ano passado o passivo em 1.420 milhões de euros e os activos em 3.639 milhões de euros.
Além da alienação de património, o município tem outras ideias para melhorar a situação financeira. Em Outubro, durante a discussão do Orçamento, deverá ser criado uma nova taxa sobre resíduos e saneamento.