Essas áreas, designadas ‘Lagosta’ e ‘Lagostim’ situam-se em alto mar, mas a proximidade da costa aumenta os receios da Quercus – qualquer acidente, no futuro, traria consequências económicas desastrosas, semelhantes às que sofreram as populações costeiras e o turismo de vários estados norte-americanos aquando do derrame petrolífero de uma plataforma da BP em 2010 no Golfo do México.
As áreas em risco situam-se na proximidade de dois pontos delicados, com estatuto de reservas protegidas, o Parque Natural da Ria Formosa e a Reserva Natural do Sapal de Castro Marim. “É importante salientar que o impacte de um eventual acidente que ocorra numa exploração deste género, mesmo que pontual, afectaria irreversivelmente ecossistemas únicos e frágeis, bem como diversas espécies, incluindo aves marinhas, baleias e golfinhos”, lê-se no documento divulgado.
Mas não são só as espécies marinhas que estão em risco com uma exploração deste género. As infra-estruturas turísticas, responsáveis, por exemplo, por “10,8 milhões das 39,8 milhões dormidas registadas em Portugal, de acordo com dados do Turismo de Portugal” em 2012, também estão expostas. “Um eventual derrame traria, inevitavelmente, não só perdas económicas incalculáveis para esta indústria (em particular para a actividade hoteleira e todos os serviços conexos, como os desportos marítimos), mas também mancharia para sempre a imagem da região como destino turístico de referência mundial”. Os recursos da pesca, outra actividade importante na região, são outro motivo de preocupação para a Quercus: “um derrame acidental de hidrocarbonetos iria também causar inúmeras perdas de recursos e de postos de trabalho”.